Pró-Amazônia: resultado final confirma aprovação de 74 projetos de pesquisa de 32 instituições da região; confira
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A chamada para apoio a projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação voltados ao desenvolvimento sustentável da Amazônia (Pró-Amazônia) aprovou 74 projetos de pesquisa liderados por 32 instituições, que alcançarão os nove estados da Amazônia Legal. Confira o resultado final.
O investimento total na chamada, que incentiva a formação de redes de cooperação internacional entre o Brasil e os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), será de R$ 33,5 milhões, sendo aproximadamente R$ 12,7 milhões destinados ao custeio, e cerca de R$ 20,8 milhões destinados a bolsas no país. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), cujo Conselho Diretor é presidido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Coordenados por Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) sediadas na região da Amazônia Legal brasileira, os projetos aprovados estruturaram 83 parcerias ou participações conjuntas com instituições de países da OTCA, com protagonismo de Colômbia e Peru e expressiva participação de Bolívia e Equador. Todos os projetos atendidos possuem ao menos uma parceria desse tipo, o que fortalece as ICTs amazônidas e a cooperação internacional do bloco regional.
“A Amazônia não reconhece as fronteiras que traçamos no mapa. Seus ecossistemas e muitas questões ambientais, culturais e sociais são compartilhados, e a resposta para os seus grandes desafios também deve ser construída coletivamente”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, na solenidade de anúncio dos resultados, no dia 07/10, na sede da OTCA.
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, destacou o alcance e a qualidade das propostas recebidas. “Tivemos uma grande quantidade de projetos muito bem qualificados, com ampla distribuição regional e forte participação de instituições amazônicas. Essa chamada mostra o compromisso do CNPq e do MCTI com a descentralização do investimento em ciência e tecnologia”, disse.
“A cooperação transfronteiriça não apenas integra conhecimentos complementares, mas também maximiza o uso de recursos, fortalece a capacidade científica e amplia o alcance e a relevância dos resultados, gerando impactos significativos diante dos desafios enfrentados pela região”, afirma o coordenador-geral de Cooperação Internacional em Ciência, Tecnologia e Inovação, Lelio Fellows.
Ao todo, 15 localidades da Amazônia foram atendidas, o que demonstra a abrangência, a capilaridade e a busca pela descentralização do investimento. As áreas prioritárias de educação, cultura, povos e saberes tradicionais, bem como de saúde da população amazônica e biotecnologia, foram responsáveis por 42% dos projetos selecionados. Prioritárias para a região, essas áreas foram atendidas na mesma proporção da demanda qualificada encaminhada ao CNPq.
A oferta de bolsas permitiu atender diferentes perfis de atuação, contemplando pesquisadores brasileiros e colaboradores nacionais e estrangeiros vinculados a instituições brasileiras sediadas na Amazônia Brasileira. Do total de bolsas aprovadas, 28,5% correspondem à modalidade Pesquisador Visitante Especial (PVE), destinada a pesquisadores com destacada liderança científica, visando contribuir para o avanço do conhecimento em áreas estratégicas. As demais foram da modalidade Desenvolvimento Científico, Tecnológico e de Inovação (DTI), sendo 20,6% do nível A (nível superior e mínimo de 6 anos de experiência); 25,7% no nível B (nível superior e 2 anos de experiência); e 25,2% do nível C (nível superior apenas).
O edital da chamada estabeleceu 13 áreas prioritárias:
1) Recuperação e monitoramento de ecossistemas amazônicos;
2) Biotecnologia;
3) Geração de energia renovável;
4) Sistemas alimentares sustentáveis;
Divulgação5) Adaptação e mitigação à mudança climática;
6) Educação, cultura, povos e saberes tradicionais;
7) Gestão de recursos hídricos;
8) Saúde da população Amazônica;
9) Tecnologias sociais;
10) Soluções de inteligência artificial aplicada aos desafios da Região Amazônica;
11) Integração regional amazônica;
12) Cadeias produtivas da sociobiodiversidade amazônica;
13) Mineração na Amazônia.
Sobre o Pró-Amazônia
O Pró-Amazônia é um dos programas estratégicos aprovados pelo Conselho Diretor do FNDCT e tem como objetivo principal apoiar ou criar centros avançados de pesquisa, com colaboração entre instituições que atuem na ampliação do conhecimento científico da Região da Amazônia Legal, no aumento de recursos humanos capacitados, na melhoria da infraestrutura de ciência e tecnologia instalada e na diminuição das assimetrias regionais, sendo estas coordenadas por Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICT) da Região da Amazônia Legal.
DivulgaçãoA Amazônia Legal é uma área de 5.217.423 km², que corresponde a 61% do território brasileiro. Além de abrigar todo o bioma Amazônia brasileiro, ainda contém 20% do Bioma Cerrado e parte do Pantanal Mato-Grossense. Ela engloba a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Estado do Maranhão. Apesar de sua grande extensão territorial, a região tem apenas 21.056.532 habitantes, ou seja, 12,4% da população nacional e a menor densidade demográfica do país (cerca de 4 habitantes por km²). Nos nove estados residem 55,9% da população indígena brasileira, cerca de 250 mil pessoas, segundo a Funasa.
Fonte: CNPq