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Uece: pesquisa aponta que substância de origem vegetal pode combater Covid-19 - Consecti

Uece: pesquisa aponta que substância de origem vegetal pode combater Covid-19 - Consecti

Giro nos estados
27 junho 2022

Uece: pesquisa aponta que substância de origem vegetal pode combater Covid-19

O estudante de graduação do curso de licenciatura em Química, da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam/Uece), Victor Moreira de Oliveira, desenvolveu um trabalho sobre a Covid-19, sob orientação do coordenador do grupo de Química Teórica e Eletroquímica (GQTE/Fafidam), professor Emmanuel Silva Marinho. O trabalho foi indexado à base de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo teve como objetivo realizar uma triagem teórica de caráter farmacológico auxiliada por simulações computacionais para analisar o potencial dos compostos derivados de limonóides frente a protease principal (Mpro) da replicação da SARS-CoV-2, agente etiológico da Covid-19. Alguns dos resultados encontrados até o momento, segundo Victor, são bastante promissores.

“Os estudos consistem em analisar os compostos naturais derivados de limonóides [encontrados em frutas cítricas e em algumas plantas] frente à uma proteína que é característica do vírus da Covid-19, ou seja, na pesquisa são analisados alguns compostos de limonóides contra a Covid-19, contra essa proteína da Covid. Assim, estamos avaliando se esses compostos tem, ou não, potencial de combate ao vírus”, explica o estudante Victor Oliveira.

Pesquisa computacional

O jovem pesquisador ressalta que se trata de uma pesquisa computacional. “Na pesquisa, são realizadas simulações para formação de um complexo. A partir disso teremos informações para avaliar a capacidade que os limonóides têm sobre o vírus da Covid-19. Obviamente, será necessário o desenvolvimento de novas pesquisas, sendo, ainda, essencial, uma validação por meio de métodos de bancada”, destaca.

Em pesquisas como a realizada por Victor, o intuito é de desenvolver novos fármacos biologicamente ativos e seguros para o consumo humano e reduzir efeitos colaterais, por meio de técnicas de modelagem molecular. Essas técnicas consistem na busca de novos protótipos terapêuticos que visam o tratamento de doenças cada vez mais complexas e perigosas. Com isso, há a necessidade de investigar/aprimorar novas ferramentas que viabilizam a síntese e a caracterização de novos fármacos. Neste estudo, utilizou-se a técnica de triagem baseada em docagem molecular, um método de caráter in sílico, que visa analisar uma possível interação que possa existir entre uma proteína (Alvo) e um ligante, assim, formando um complexo entre ligante-proteína, que posteriormente será analisado com o auxílio dos dados obtidos através da simulação computacional.

“Com os métodos adequados voltados à pesquisa, a modelagem molecular favorece a relação existente entre a redução no tempo e consequentemente a redução nos custos da pesquisa, para a produção de novos fármacos”, relata o estudante, sobre a importância da química teórica no planejamento de novos fármacos.

Diante dos resultados já encontrados, foi possível constatar, de forma teórica, que entre os oito compostos limonoides analisados, se destacam os ligantes Eufadienol, Desacetilespathelina, Calodendrolídeo, Pedonina, Harrisonina e o Dasacetilnimocinol, com interações satisfatórias frente a Mpro SARS-CoV-2, mostrando atividade promissora contra a Covid-19.

Base de dados da OMS

Os estudos, que iniciaram em junho de 2020, renderam ao jovem cientista a publicação do artigo intitulado “Molecular docking identification for the efficacy of natural limonoids against Covid-19 virus main protease” na revista Journal of the Indian Chemical Society – Elsevier – em setembro de 2021, que, no ano de 2022, foi incorporado na base de dados sobre Covid-19 de domínio da OMS.

Para o orientador de Victor, professor Emmanuel Marinho, “o fato da pesquisa ter sido indexada na OMS nos releva a importância desse estudo e proporciona maior visibilidade ao trabalho, pois, uma vez indexada pela OMS, na hora que pesquisadores de diversas partes do mundo forem buscar por ‘fármacos potencialmente para Covid’, o primeiro índice de pesquisa vai ser pela OMS. Então, isso nos traz alegria e reconhecimento pelo nosso trabalho”.

O docente ressalta, ainda, o valor da interiorização do ensino superior. “A pesquisa traz um caráter muito importante, pois traz um fomento ao desenvolvimento e interiorização da pesquisa dentro da Uece… Esse é mais um passo para a maior interiorização da Uece, mostrando a nossa força no interior, tanto na parte de ensino, como de pesquisa e de extensão.

Por fim, professor Emanuel fala que o sucesso da pesquisa depende também de valiosas parcerias. “O trabalho foi desenvolvido com uma forte parceria que temos com professores [de outra unidade da Uece e de outras instituições]. Essa parceria vem nos dando possibilidade de incrementar a pesquisa na nossa região do Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte”. São eles, os docentes/pesquisadores Márcia Machado Marinho (Fecli-Uece), Emanuel Paula Magalhães (UFC), Ramon Róseo Paula Pessoa Bezerra de Menezes (UFC), Tiago Lima Sampaio (UFC), Alice Maria Costa Martins (UFC) e Hélcio Silva dos Santos (UVA).

Clique aqui para ler o artigo na base de dados da OMS

Fonte: SECITEC com informações da UECE