Brasil investe menos em tecnologia e sofre com falta de mão de obra qualificada
O Brasil perdeu duas posições no ranking global de competitividade publicado pelo International Institute for Management Development (IMD), da escola de administração de Lausanne (Suíça), feito em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), ocupando a 59ª posição em um ranking de 63 países. Ficaram atrás do Brasil apenas África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela.
A queda no ranking deve-se à avaliação negativa nos quesitos infraestrutura, mão de obra qualificada e segurança jurídica. Além disso, o Brasil ficou estagnado em quesitos como investimento em inovação e adoção de tecnologias nos setores público e privado, enquanto outros países avançaram nessas áreas. “O país não avançou na velocidade necessária para manter sua competitividade em relação aos outros países do ranking”, disse o professor da Fundação Dom Cabral e membro do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo, Carlos Arruda.
A posição brasileira é a mesma registrada em 2019. O país apresentava melhora no ranking, saindo da 61ª posição em 2017 para 60º em 2018; 59º em 2019, 56º em 2020. No ano passado, perdeu uma posição no ranking e foi para 57º lugar. No quesito eficiência do governo, o Brasil ocupou a 61ª posição, um degrau a mais no ranking. Os fatores considerados mais críticos foram ambiente jurídico, barreiras tarifárias e índices de pobreza.
O quesito eficiência empresarial teve queda de 3 posições, para 52º lugar. De acordo com a FDC, apesar da melhora em mercado de trabalho, houve piora em capitalização no mercado de ações, em fuga de cérebros e aumento do medo de fracasso do empresariado. As empresas relataram dificuldades para acelerar a adoção de novas tecnologias por falta de mão qualificada e baixo investimento.
Pela primeira vez desde o início do estudo, que já se encontra em sua 34ª publicação, a Dinamarca assumiu a liderança, sucedida pela Suíça (de 1º para 2º) e Singapura (de 5º para 3º). Nos 10 primeiros colocados prevalecem economias europeias e asiáticas além dos Estados Unidos, que se mantiveram em décimo lugar.
Na América Latina, o Chile aparece na liderança, em 45º lugar, seguido por Peru (54º), México (55º), Colômbia (57º), Brasil (59º), Argentina (62º) e Venezuela (63º). A expectativa para a região é de desempenho econômico limitado e inflação crescente.
Fonte: Valor Econômico