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Ministério da Economia prepara mapeamento do ecossistema de 5G brasileiro - Consecti

Ministério da Economia prepara mapeamento do ecossistema de 5G brasileiro - Consecti

Notícias
13 outubro 2021

Ministério da Economia prepara mapeamento do ecossistema de 5G brasileiro

O Ministério da Economia está realizando um mapeamento do ecossistema de 5G no Brasil. O projeto, que conta com apoio do PNUD, está sendo executado em parceria com a Deloitte e já teve a primeira parte concluída. Trata-se do levantamento internacional que servirá de referência para a análise do cenário brasileiro. Os detalhes do estudo e os primeiros achados serão apresentados em evento do ministério nesta terça, 26. Neste cenário foram analisados 12 países em relação a políticas públicas e ecossistema de desenvolvimento do 5G. Para a  Subsecretária de Inovação e Transformação Digital do Ministério da Economia, Jackline Conca, o trabalho vai direcionar as políticas públicas que serão elaboradas pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia. Confira a entrevista:
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Jackline Conca, Subsecretária de Inovação e Transformação Digital do Ministério da Economia
TELETIME – Qual o objetivo do mapeamento do ecossistema? Jackeline Conca – Temos três intenções principais com o trabalho que estamos desenvolvendo em conjunto com PNUD e a consultoria Deloitte. Primeiro, nossa ideia é conhecer melhor os atores que conformam o ecossistema de inovação brasileiro que estará apto a desenvolver aplicações e sistemas integrados de telecomunicações para o mercado de 5G com a entrada da nova tecnologia a partir do ano que vem. Depois disso, queremos mapear a demanda existente – ou que existirá – por este tipo de soluções digitais principalmente com o advento das redes privativas nas áreas da indústria, agricultura, saúde e outras verticais. Aqui interessa também mapear os desafios e oportunidades que se apresentam para o mercado nacional de software. Por fim, teremos a recomendação de uma política pública que a Sepec pretende implementar no ano que vem. É importante salientar que estes objetivos, mais do que centrados na camada de infraestrutura, já bastante servida por soluções dos principais fabricantes mundiais, nos ajudarão a focar nas camadas lógica e de conteúdo. Com o surgimento dos fenômenos da virtualização de redes e de sua subsequente desagregação, entendemos que nestes dois campos o Brasil terá ótimas chances de se posicionar de forma mais competitiva. TELETIME – De que maneira o mapeamento vai ajudar na formulação de políticas públicas e que produtos são esperados a partir dos estudos que estão sendo feitos? Esperamos que ao final do projeto, no início do ano que vem, tenhamos informações e dados suficientes para conhecermos melhor este segmento econômico no Brasil e realmente enxergarmos onde estão as brechas para incentivarmos os mercados de telecomunicações e software de forma precisa e objetiva em relação ao 5G. Os recursos são escassos e, apesar de trabalharmos com inovação – onde a falha faz parte do jogo por exigirem investimentos de alto risco, com retornos incertos -, quanto mais precisas forem as informações disponíveis, maiores serão as chances de sucesso. TELETIME – Com base na primeira etapa (mapeamento dos benchmarks internacionais) já é possível tirar alguma conclusão sobre caminhos a seguir? Os 12 países que colocamos na nossa amostra se destacam por seus ecossistemas de 5G ou de softwares de uma maneira mais ampla. Como todo benchmarking, este raio-x nos ajuda a aprender com os seus erros e acertos. Mas é prematuro sermos assertivos sobre qualquer um dos tópicos que estamos estudando. O que posso dizer é que estamos mais perto de fechar o diagnóstico brasileiro uma vez que já concluímos o mapeamento do ecossistema, com seus níveis de maturidade, e estamos agora tentando olhar para o lado da demanda pelas aplicações e soluções 5G. Sabemos que tudo isso é muito incipiente, mas o que queremos enxergar com este trabalho é o que temos já instalado no Brasil de modo que, com o estímulo correto, toda uma gama de empresas possa ser deslanchada, colocando o país em uma posição de vantagem internacionalmente. TELETIME – Qual a expectativa de prazo para a conclusão do trabalho? O trabalho com o PNUD e a Deloitte se encerrará em janeiro do ano que vem. Em seguida, prevemos mais dois meses para desenhar e colocar na rua a política pública que melhor se encaixe às necessidades do mercado brasileiro baseado na demanda e na oferta mapeadas ao longo do projeto. TELETIME – Outras áreas do governo estão envolvidas com esse esforço de mapeamento e políticas subsequentes? Para este projeto, temos a participação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e da ABDI. Mas estamos acompanhando todos os movimentos relacionados ao trabalho do Ministério das Comunicações e da Anatel, seja em relação ao leilão, seja nos passos seguintes. Eles estão preocupados com a implantação de infraestrutura e nós estamos olhando para o mundo dos bits. Acreditamos que nosso trabalho será útil para que o Governo como um todo possa desenhar políticas e programas que preencham a oferta por aplicações e soluções 5G no âmbito do mercado nacional de software. Concordo com a visão de que não adianta apenas termos estradas se não soubermos produzir os veículos que trafegarão por elas. TELETIME – Na visão do Ministério da Economia, qual a importância do desenvolvimento de um ecossistema de 5G considerando a iminência do leilão e a expectativa de primeiras operações em 2022? A construção de um ecossistema de inovação é algo que leva tempo e consome recursos de forma continuada e planejada. Buscamos algo mais perene. Será importante termos o 5G como uma catapulta para mobilizar a indústria nacional de software para algo mais estruturado e sistêmico. O leilão e o início das operações das prestadoras de telecomunicações é a faísca a movimentar todo um setor que muitas vezes não é enxergado pelos formuladores de políticas públicas. Falo aqui dos fornecedores de aplicações e soluções digitais para os sistemas de telecom. E, com o advento do Open RAN, que tende a se consolidar em, no mínimo, três ou quatro anos no Brasil, teremos tempo suficiente para darmos mais do que o pontapé inicial no desenvolvimento deste ecossistema. Fonte: Teletime em 26/10/2021 (adaptada)