Reconhecimento facial assusta 60% dos brasileiros
O relatório “Privacidade e Proteção de Dados 2023“, divulgado nesta segunda, 2/9, pelo Cetic.br, o braço de pesquisas do NIC.br, mostra os brasileiros preocupados com a disseminação do uso de dados biométricos, notadamente reconhecimento facial e impressão digital.
A preocupação dos usuários é mais acentuada em relação ao uso de dados para transações financeiras e biometria, com 60% dos entrevistados expressando altos níveis de preocupação com o fornecimento de dados biométricos, como impressões digitais e reconhecimento facial.
“Os usuários de Internet declararam nível de preocupação com o fornecimento de dados biométricos em proporção maior do que com relação aos demais tipos de dados pessoais investigados: 32% disseram estar muito preocupados e 28% preocupados”, destaca o estudo.
Ainda segundo a pesquisa, “os resultados corroboram a noção de que esse tema é particularmente sensível aos usuários, dado o elevado potencial de risco percebido – em especial entre as categorias mais utilizadas, como reconhecimento facial e impressão digital”.
Essa 2ª edição da pesquisa “Privacidade e proteção de dados pessoais” se valeu de dados inéditos do Painel TIC, realizado em dezembro de 2023 e que entrevistou 2.618 pessoas de 16 anos ou mais por meio de questionário online, além da TIC Empresas 2023, que ouviu 2.075 empresas com 10 pessoas ocupadas ou mais entre março e dezembro de 2023.
Além disso, a maioria dos usuários de Internet no Brasil (67%) afirma ler as políticas de privacidade de sites e aplicativos. Mas ao mesmo tempo, 58% dos internautas ainda concordam com essas políticas sem ler os detalhes.
No âmbito empresarial, a maioria das empresas brasileiras (70%) utiliza dados pessoais principalmente para o contato com clientes. A pesquisa identificou um aumento no armazenamento de dados biométricos, passando de 24% das empresas em 2021 para 30% em 2023.
Apesar desse avanço, apenas 32% das empresas desenvolveram um plano de conformidade ou adequação à proteção de dados pessoais, demonstrando que ainda há muito a ser feito para a total adequação à LGPD.
Em relação às organizações públicas, houve avanços na presença de documentos que definem políticas de proteção de dados e segurança da informação. No entanto, o relatório destaca a necessidade de intensificar as ações para criar uma cultura de proteção de dados, incluindo a formação e capacitação de servidores públicos.
A conclusão é de que embora tenha havido progressos na conscientização e adoção de práticas de proteção de dados no Brasil, ainda existem desafios consideráveis, especialmente em relação à educação dos usuários de Internet e à completa adequação das empresas e organizações públicas à LGPD.
Fonte: Convergência Digital