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Quase 40% do governo não usa e não planeja investir em Inteligência Artificial - Consecti

Quase 40% do governo não usa e não planeja investir em Inteligência Artificial - Consecti

Notícias
02 junho 2022

Quase 40% do governo não usa e não planeja investir em Inteligência Artificial

O Tribunal de Contas da União concluiu um levantamento sobre a utilização de Inteligência Artificial na administração pública federal, com objetivo de identificar os riscos associados, conhecer os impactos para o controle e avaliar a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA).

Segundo o TCU, até setembro de 2021 já havia pelo menos 75 organizações federais utilizando ativamente soluções baseadas em IA. E como a perspectiva é de que esse número tende a crescer exponencialmente nos próximos anos, a Corte de Contas entende ser urgente o desenvolvimento e a validação de metodologia para auditoria desse tipo de sistema.

“É importante que este Tribunal esteja atento à crescente adoção de algoritmos e aplicações de inteligência artificial pela Administração Pública Federal, com a consequente necessidade de que tais soluções sejam, eventualmente, auditadas de modo a assegurar sua confiabilidade e segurança, além de avaliar aspectos de especial relevância para a IA, tais como o uso ético das informações, a ausência de preconceitos ou distorções embutidas nos algoritmos e a transparência de sua operação”, concluiu o relator do Acórdão 1139/22, Aroldo Cedraz.

Segundo o levantamento do TCU, mais de um terço (38%) das organizações federais estão no nível zero de maturidade em IA, ou seja, não utilizam e sequer planejam utilizar essa tecnologia exponencial. Um outro terço da APF (33,5%) se encontra no nível 1. Isso significa que já estão tendo conversas internas sobre a inteligência artificial, mas de modo ainda especulativo.

Cerca de três em cada dez instituições da administração federal (28,5%) se localizam nos níveis 2, 3 ou 4 de maturidade em IA. Sendo a maior parte delas (17,1% do total), na fase de experimentação, com provas de conceito elaboradas ou já em fase piloto. Em torno de 8% das organizações federais estão na fase de estabilização, com os primeiros projetos de IA em produção. Apenas 3,4% do total já está no nível 4, expandindo para novos projetos de IA.

O levantamento do Tribunal revelou lacunas que podem comprometer o alcance dos objetivos das organizações federais. Foi verificado o problema da ausência de objetivos específicos, realistas e mensuráveis de IA na APF. A fiscalização apontou faltar uma referência inicial para avaliar os resultados em IA no âmbito federal. Além de terem sido encontradas falhas no modelo de vinculação lógica entre problemas, ações e resultados das soluções em inteligência artificial.

“Análises semânticas de textos com base em algoritmos inteligentes e modernos poderiam alavancar avanços na área processual. Além disso, muitas decisões são repetitivas. São dezenas, centenas e até milhares de vezes que decidimos questões repetidas usando a boa, demorada e cara inteligência natural”, apontou Aroldo Cedraz.

“A situação fiscal é grave e tão permanente que nem considero mais como uma crise. Daí a importância de as lideranças estarem atentas ao não retrocesso. Como exemplo disso temos as chamadas tecnologias exponenciais: além da IA, o blockchain e o metaverso despontam com resultados muito maiores que os investimentos”, explicou o ministro-relator.

O Tribunal também vai avaliar a implementação da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial. E ainda será editado pelo TCU um guia com parâmetros e riscos para auxiliar gestores públicos na contratação ou desenvolvimento de soluções de inteligência artificial.

Fonte: Convergência Digital com informações do TCU