falecom@consecti.org.br
(61) 3702-1740

Novas evidências mudam a forma de ver o ‘consumo moderado de álcool’ - Consecti

Novas evidências mudam a forma de ver o ‘consumo moderado de álcool’ - Consecti

Notícias
11 maio 2023

Novas evidências mudam a forma de ver o ‘consumo moderado de álcool’

Beba com moderação. Mas quantos copos de cerveja, taças de vinho ou doses de destilado cabem nessa recomendação presente em quase todas as propagandas de bebidas alcoólicas? Essa é a pergunta que a reportagem de capa de Pesquisa FAPESP busca responder no mês de maio.

Como destaca o texto, a conclusão dominante de um conjunto de estudos e recomendações mais recentes é a de que não há dose, por pequena que seja, com risco zero à saúde. Quanto menor for a ingestão de álcool, menor o risco de desenvolver doenças relacionadas a esse hábito, como problemas no coração, alguns tipos de câncer, cirrose hepática, distúrbios mentais e alcoolismo, sofrer ou provocar acidentes e se envolver em violência física. Essa é a mensagem central da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de boa parte dos trabalhos científicos atuais.

Mas não é fácil abandonar um hábito que acompanha a humanidade desde o surgimento das cidades e da agricultura. Há evidências de que há 10 mil anos os chineses já produziam uma bebida fermentada a partir de uma mistura de arroz, mel e frutas.

Para o historiador Henrique Soares Carneiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), o álcool e as drogas em geral são um dos elementos fundadores da civilização humana por seu valor econômico, social e cultural. “Desde o fim do século 19, a história das drogas é, antes de tudo, a história de suas regulações, de como elas são autorizadas a circular nas sociedades e das políticas de repressão, incitações e tolerância a seu uso”, comenta Carneiro, coordenador do Laboratório de Estudos Históricos de Drogas e Alimentação da FFLCH. Mais do que possíveis danos à saúde, a proibição do uso de certas substâncias na sociedade industrial, como conta o historiador no livro Drogas – A história do proibicionismo (Autonomia Literária, 2018), se dá por razões religiosas, econômicas (não afetar a produção de bens) ou simplesmente por controle do Estado.

A edição também traz dados de um levantamento nacional sobre aborto divulgado na revista Ciência e Saúde Coletiva. Os dados apontam que uma a cada sete brasileiras de 40 anos já fez ao menos um procedimento do tipo. Segundo a pesquisa, a cada ano são realizados cerca de 500 mil abortos no Brasil. Em 43% dos casos surgem complicações que exigem a internação da mulher em hospitais ou prontos-socorros.

Um vidro bioativo com potencial de matar células cancerígenas e simultaneamente regenerar o osso é destaque na seção dedicada a engenharia de materiais.

E a revista aborda ainda o impacto do modelo de acesso aberto para cientistas de países em desenvolvimento, o avanço do fenômeno conhecido como voçoroca pelo país e a queda no financiamento de pesquisas sobre doenças negligenciadas ocorrida no Brasil nas últimas décadas.

Para ler gratuitamente esses e outros temas abordados em Pesquisa FAPESP acesse: https://mailchi.mp/fapesp/uma-dose-de-discordia.

Fonte: Agência Fapesp