Na era dos dados, MCTI vai comprar novo supercomputador para o INPE
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vai comprar um supercomputador. A aquisição contempla entrega, operacionalização, transferência de conhecimento das tecnologias utilizadas, documentação e garantia da solução adquirida.
Conforme o edital, liberado na semana passada, os fornecedores interessados em participar do processo deverão apresentar propostas técnica, de preço e documentos de habilitação até 30 de julho. A licitação é conduzida pela Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate). Empresas nacionais e internacionais podem participar. Os equipamentos serão instalados em Cachoeira Paulista (SP), onde está localizado o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE.
De acordo com o MCTI, o sistema atual de supercomputação é composto pelo CRAY-XE6, XC-50 e o cluster de processamento de alto desempenho Egeon (33 nós e 4.224 núcleos). O CRAY-XE6 encontra-se em avançado estado de obsolescência e com falhas frequentes e com alssimo custo de manutenção, e o XC-50, composto por 4000 processadores, é um sistema complementar ao XE6, e por isso mesmo está dedicado apenas à operação do INPE, pois não comporta o desenvolvimento de pesquisas de ponta na área de modelagem numérica simultaneamente aos processos de geração operacional de previsões numéricas.
A aquisição do supercomputador é considerada condição fundamental para o aprimoramento dos modelos numéricos, produtos meteorológicos e climáticos atuais, além do desenvolvimento de novos produtos que permitam simulações mais precisas, centrais para as previsões de tempo, clima e ambientais e para o estudo da mudança do clima.
Os produtos da modelagem numérica são úteis, por exemplo, para o agronegócio, um dos pilares da economia brasileira, para o setor da saúde, à medida que podem ser usados para suportar programas operacionais para planejamento e controle de epidemias, e para o monitoramento de eventos severos, que requer modelos em alta resolução espacial para subsidiar o envio de alertas de curtíssimo prazo.
A nova estrutura computacional também permitirá a continuidade do desenvolvimento de modelagem do sistema terrestre. O Modelo Comunitário do Sistema Terrestre Unificado (Monan) terá o aspecto inovador de ser comunitário, podendo ser adotado por centros regionais ou estaduais como modelo operacional e por pesquisadores das instituições de ensino e pesquisa em suas atividades.
O novo supercomputador permitirá ainda atualizar as capacidades do INPE para a geração de cenários de mudanças climáticas, que são utilizados nas Comunicações Nacionais do Brasil à Convenção do Clima, por exemplo. Outra contribuição brasileira será com os cenários globais de mudanças climáticas para o projeto internacional Coupled Model Intercomparison Project (CMIP) do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). Acesse aqui o edital e os demais documentos relativos à seleção 0403/2024.