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Letramento digital na educação não pode esperar, defende Fundação Telefônica Vivo - Consecti

Letramento digital na educação não pode esperar, defende Fundação Telefônica Vivo - Consecti

Notícias
05 abril 2023

Letramento digital na educação não pode esperar, defende Fundação Telefônica Vivo

O atendimento da demanda por profissionais na economia digital e o sucesso de políticas públicas de educação conectada passam pelo letramento digital de estudantes e de profissionais da área do ensino, entende a Fundação Telefônica Vivo – que vê o tema como uma pauta urgente.

A avaliação foi feita pela diretora-presidente da entidade, Lia Glaz, em entrevista concedida ao TELETIME. “Não dá para falar de juventude preparada para mercado de trabalho que não seja fluente digital”, indicou a profissional, ao comentar resultados de pesquisa recente sobre o futuro do mercado de trabalho que teve a fundação vinculada à Vivo como uma das autoras.

Realizado ao lado de parceiros como o Itaú Educação e Trabalho e a Fundação Roberto Marinho, o estudo apontou contingente de 27% dos jovens com 14 a 29 anos na condição de “sem-sem” – ou privados tanto de estudo quanto de trabalho. A parcela dos que apenas trabalham (39%) ou apenas estudam (15%) também chamou a atenção dos organizadores.

Segundo Glaz, os números indicam cenário onde nem todos os jovens recebem preparo adequado para o mundo profissional, cada vez mais marcado por novas tendências que tem a economia digital como principal pilar. “Várias economias – como a economia sustentável, a ‘prateada’ ou a do cuidado – são perpassadas pela digitalização. Uma série de vagas estão sendo criadas, outras virão e o Brasil corre risco de ficar para trás”, alertou.

Currículo

Neste sentido, a educação profissional e tecnológica (ou EPT) como parte dos currículos escolares – inclusive no ensino básico – foi uma das principais recomendações endereçadas pelo estudo. A demanda se conecta às possibilidade trazidas pelo Novo Ensino Médio (NEM), que, embora ainda objeto de intenso debate público entre sociedade civil e governo, abre possibilidade de currículos flexíveis e com componentes de ensino profissional.

A própria Fundação Telefônica Vivo tem atuado para que a educação tecnológica faça parte deste movimento – seja de forma estruturante ou na construção dos chamados itinerários técnicos do NEM. Através do programa Pense Grande Tech, a entidade tem colaborado para a criação de itinerário de ciência de dados em escolas regulares de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. “E agora vamos começar em São Paulo”, sinalizou Glaz, ao TELETIME.

Profissionais

A necessidade de letramento digital, contudo, não é algo exclusivo para estudantes,devendo passar também pelos professores e gestores escolares, destacou a fundação. “A tecnologia é aliada da educação de forma geral, a partir do uso de recursos no ensino de matérias [tradicionais] como matemática ou geografia. Para isso, o professor precisa ser letrado digital, mas no cenário brasileiro ele não é”, pontuou Lia Glaz.

Para tal, a dirigente citou instrumento desenvolvido pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) para medição da maturidade tecnológica entre profissionais da rede pública: em uma escala de 1 a 5, a maior parte da força de trabalho estaria nos patamares 1 e 2, não dominando o uso de novas tecnologias e plataformas digitais de ensino. “Esse é um enorme desafio”, apontou Glaz.

Neste sentido, a Fundação Telefônica Vivo menciona um histórico de mais de vinte anos na formação de professores, inclusive a partir do programa de formação à distância Escolas Conectadas. Já ao lado de secretarias de ensino (como no estado do Mato Grosso e na cidade do Recife), a entidade está atuando para verificar competências e desenvolver planos de metas para elevação da fluência digital de profissionais.

Recursos

Ao TELETIME, a entidade também defendeu que a carência de letramento digital de alunos e docentes seja considerada inclusive no emprego de recursos federais disponíveis para educação conectada a partir de diferentes fontes – em demanda a qual o Ministério da Educação (MEC) já estaria atento.

Não precisa concorrer com recursos para conectividade das escolas, mas é importante olhar a agenda do ponto de vista sistêmico para que todas essas questões – conectividade, recursos e letramento digital – possam ser concatenadas”, afirmou Glaz, apontando que abordagem “sequencial” que comece pela infraestrutura sem incluir os demais elementos não é suficiente. Neste caso, um foco orçamentário das próprias secretarias locais de educação é considerado essencial, além do âmbito federal.

De uma maneira geral, a necessidade de formação tecnológica no ensino é encarada pela profissional como uma pauta urgente. “A tecnologia vem sendo tratada como bônus na educação pública, e quando nos deparamos com tantos desafios, ela acaba sendo marginalizada. Mas em uma economia que muda cada vez mai rapidamente e que já consome tecnologia de forma tão integrada, não podemos mais esperar”, finalizou Glaz.

Fonte: Teletime