Governo quer agro, big techs e bancos pagando fundos setoriais para pesquisa
A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação aberta nesta terça, 30/07, em Brasília, consolida discussões regionais e setoriais para oferecer ao governo um plano de desenvolvimento. E como alinhou o secretário geral da 5ª CNCTI, Sérgio Rezende, entre os pontos fundamentais está a ampliação dos recursos para P&D.
“O Brasil nunca passou de 1,3% do PIB os investimentos nessa área. A Coreia do Sul, os Estados Unidos, muitos países europeus investem mais de 3%. Israel, mais de 5%. Não podemos ficar nesses 1,3%. A sugestão é criar novos fundos setoriais ou mudar alguns que já existem”, disse Rezende.
Os debates da CNCTI vão resultar em um documento final a ser encaminhado ao Ministério de Ciênncia e Tecnologia. Entre os itens em discussão, Sérgio Rezende destacou quatro pontos, um dos quais diretamente relacionado aos novos fundos.
1) “O plano de governo deve ter caminhos para a redução efetiva da imensa burocracia que assola todo mundo, mas o sistema universitário principalmente. Vamos propor medidas efetivas para que essa burocracia diminua.”
2) “Uma política nacional específica para a Amazônia, com recursos de monta e uso intenso da pesquisa científica, nas dimensões social, econômica, ambiental e científica.”
3) “A universidade brasileira precisa de uma renovação profunda, públicas e privadas e a sugestão é que seja criada uma força tarefa pra propor as transformações necessárias para aperfeiçoar o sistema universitário.”
4) “Encontrar formas de aumentar os recursos para ciência, tecnologia e inovação.”
É aqui que entram os fundos setoriais. novos ou ajustados. O primeiro alvo é o agro. “Existe um fundo setorial de agronegócio, mas a contribuição dele é pequenininha, enquanto o agronegócio é muito grande. E os donos sabem bem que sem a Embrapa o Brasil não teria um agronegócio tão competitivo. O agro precisa contribuir mais para ciência e tecnologia”, disse Rezende.
O secretário geral da 5ª CNCTI emendou com big techs e bancos. “É preciso ter contribuição das big techs. Elas estão aí, mas a contribuição delas é mínima para os fundos setoriais. Precisamos de um fundo voltado para isso.”
“E, finalmente, o sistema bancário. Um país em que a União paga por ano R$ 700 bilhões em juros da dívida não é pobre, mas um país que deveria usar melhor seus recursos. A proposta da SBPC é criar um fundo do sistema bancário.”
Fonte: Convergência Digital