falecom@consecti.org.br
(61) 3702-1740

Governo prevê investir R$ 106,16 bilhões em nova política industrial - Consecti

Governo prevê investir R$ 106,16 bilhões em nova política industrial - Consecti

Notícias
07 julho 2023

Governo prevê investir R$ 106,16 bilhões em nova política industrial

O governo federal prevê investir, em quatro anos, R$ 106,16 bilhões para impulsionar a nova política industrial do Brasil. O anúncio foi feito durante a 17ª reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), nesta quinta-feira (6), no Palácio do Planalto, em ato do qual participou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O principal financiador da política será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com R$ 65,1 bilhões em recursos. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), as duas últimas vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), farão os demais aportes.

O presidente Lula destacou que o governo vai colocar recursos no BNDES e criar as condições para os investimentos em inovação. “Acabou aquela bobagem de que o Estado tem que ser forte ou tem que ser fraco. O Estado tem que ser o Estado necessário para poder dirigir e induzir o crescimento econômico do país”, disse.

“Vamos parar com essa questão de dizer quem é melhor e quem é pior, o Brasil precisa dos dois, precisa do Estado e precisa do setor privado. E precisa formar profissionais mais qualificados se a quiser verdadeiramente voltar a ser um país industrializado”, acrescentou.

Desindustrialização

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou que o país enfrenta um processo de desindustrialização precoce. Alckmin apresentou dados que mostram que, na década de 1970, a indústria de manufatura representava mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB – soma dos bens e serviços produzidos no país) brasileiro e hoje caiu para cerca de 10%. “É o tamanho do desafio que temos pela frente”, disse Alckmin, ao abrir a reunião.

O CNDI é vinculado à Presidência da República e presidido pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Criado em 2004, o colegiado fez a última reunião em 2015. Ele é composto por 20 ministros de Estado e pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), hoje Aloízio Mercadante, e 21 conselheiros representantes da sociedade civil.

Segundo a Presidência da República, o conselho volta com a missão de construir uma nova política industrial para o Brasil, “de caráter inovador, sustentável e inclusivo socialmente”. Nos próximos meses, o CNDI se debruçará sobre as seis missões da política industrial, derivadas de problemas sociais e de desenvolvimento do país:

– Promoção de cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar e nutricional

– Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar o acesso à saúde

– Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades

– Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade

– Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações

– Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais

Divididos em grupos de trabalho, os membros devem dialogar com os diversos segmentos da indústria, identificar gargalos de adensamento de cadeias e de descarbonização e desenhar estratégias e ações para impulsionar a atividade industrial nessas áreas.

Os próximos passos no trabalho envolvem a definição das rotas tecnológicas para os diferentes setores a serem desenvolvidos, bem como dos instrumentos a serem utilizados nesses processos, como financiamento e garantias, pesquisa e desenvolvimento e infraestrutura de qualidade.

Fonte: Agência Brasil