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Especialistas apontam que cuidar das crianças e adolescente no ambiente virtual é um ato coletivo - Consecti

Especialistas apontam que cuidar das crianças e adolescente no ambiente virtual é um ato coletivo - Consecti

Notícias
17 fevereiro 2025

Especialistas apontam que cuidar das crianças e adolescente no ambiente virtual é um ato coletivo

O dever de cuidado com crianças e adolescentes no mundo digital é um dever de toda a sociedade. Essa foi a conclusão do segundo painel do seminário pelo Dia da Internet Segura,  organizado pela Anatel nesta sexta-feira, 14, que discutiu a segurança digital de crianças e adolescentes.

Segundo Alexandre Barbosa, Gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), o Brasil teve um crescimento na última década de crianças que usam a Internet, alcançando a marca de 93% desse público na faixa etária entre 9 a 17 anos. Atualmente, o Brasil possui 26,3 milhões de crianças e adolescentes nessa faixa.

Bianca Kann, especialista em saúde mental no Instituto Cactus, destacou durante o debate que, atualmente, os jovens estão adoecendo. Segundo a especialista, um entre 10 jovens entre na faixa etária de 10 a 19 anos sofre de algum transtorno mental. “No Brasil, 20% dos jovens nessa faixa etária enfrentam algum transtorno mental. E suicídio é a terceira maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos”, disse.

Ela chama a atenção para o fato de que o uso excessivo de redes sociais pode ter efeitos negativos entre jovens, como a privação social; o aumento dos problemas de ansiedade e depressão; e a fragmentação da atenção e a dependência dessas plataformas.

Ela também reforça a ideia de que a promoção da saúde mental e o dever de cuidado com crianças e adolescentes é um dever coletivo.

Na mesma linha, Thiago Tavares, Fundador e presidente da SaferNet Brasil, destacou que a mutilação está entre os casos mais comuns de transtorno mental nos jovens brasileiros. Ele também disse que o aplicativo Telegram é o segundo lugar no ranking de denúncias que a entidade recebeu em 2024 sobre abuso sexual e exploração infantil.

“Ano passado, ele [Telegram] respondeu por mais de 90% das denúuncias. WhatsApp e Signal, somados, representaram apenas 9,5%. Notamos no Telegram a ausência de compliance e de seguimento das regras da legislação brasileira”, disse.

Ele chamou a atenção para o fato de que a plataforma conta com quase 1 bilhão de usuários no mundo. “Dessa forma, o Telegram se mostra como uma ferramenta que pode causar muitos danos para a sociedade brasileira, especialmente para crianças e adolescentes”, afirmou.

Recomendações

Bianca Kann, do Instituto Cactus, apontou algumas medidas que podem mitigar o crescimento desses transtornos a partir do uso das redes sociais. “Algumas recomendações básicas, mas preventivas, seriam o acompanhamento do tipo de conteúdo online que os jovens consomem. O estabelecimento do tempo de conexão e a criação de momentos sem tecnologia também ajudam. Por fim, fazer atividades sociais, sem uso de aparelhos digitais e também de atividade físicas, são boas práticas que pais e responsáveis pode seguir”, disse.

A moderadora do painel, Cristiana Camarate, Superintendente de Relações com os Consumidores da Anatel, disse que a Anatel também está preocupada com esse público. Nesse sentido, Camarate informou que o órgão fez um acordo com a Unesco para promover as habilidade digitais em crianças e adolescentes. “O dever de cuidado é um dever de todos os atores. E todos os atores devem estar abertos ao diálogo. A Anatel está aqui para garantir o enforcement das regras, mas também estamos abertos para o diálogo”, disse.

Fonte: Teletime