Em evento de encerramento da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Bahia, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, lançou três projetos de qualificação profissional.

O anúncio foi realizado nesta sexta-feira (18), no Museu de Arte Contemporânea, em Salvador, onde a ministra visitou stands conheceu os projetos dos estudantes e participou da assinatura do decreto do Governo do Estado que instituiu o Programa de Promoção, Popularização e Difusão da Ciência, o PopCiência Bahia. A iniciativa pretende tornar o conhecimento científico, tecnológico e de inovação mais acessível à juventude da rede estadual.

O tema da SNCT deste ano é “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”, que tem como objetivo aproximar a ciência das pessoas e despertar o interesse para este tema e o debate em diferentes etapas da vida.

“Neste ano, trazemos para o centro do debate a importância de valorizarmos os saberes tradicionais e de protegermos a biodiversidade dos nossos biomas, destacando também o papel transformador das tecnologias sociais. E aqui as atividades da Semana Nacional chegaram a 51 municípios, incluindo mais de 23 territórios de identidade, do quilombo à aldeia; do campo à Chapada Diamantina, como uma ação transversal”, disse a ministra.

Qualificação profissional

Um desses projetos é o “Bahia + Tecnologia + Empreendedorismo”, que já está em execução no Estado e tem como objetivo capacitar mil jovens em duas fases: a fase de capacitação, com bolsas de R$ 500, e a fase de imersão tecnológica, com bolsas de R$ 1,8 mil.

“O tema do empreendedorismo é algo que devemos enfrentar com políticas públicas que respondam aos anseios dos jovens, e apostar em iniciativas que aliam a tecnologia ao empreendedorismo pode ser um caminho”, pontuou a ministra Luciana Santos.

O segundo projeto é o Residência Games, que irá qualificar 200 jovens estudantes de nível técnico e superior para atuarem em um dos mercados mais promissores do Brasil, a indústria de games, cujo faturamento gira em torno de R$ 1,2 bilhão.

“Os alunos desse projeto também receberão bolsas de R$ 600 na primeira fase, e aqueles que se classificarem para a fase de imersão receberão R$ 2,2 mil por mês”, explicou a ministra.

O terceiro projeto é o Embarcatech, que visa à qualificação de mil estudantes em sistemas embarcados, com aplicações prioritariamente em Internet das Coisas. Desses, 100 participarão de residências em projetos de empresas parceiras, com bolsas de R$ 3,5 mil.

A ministra Luciana Santos enfatizou que metade das vagas dos projetos terá um destino específico: “Quero destacar que 50% das vagas serão destinadas a afrodescendentes e pessoas beneficiadas por programas sociais do Governo Federal, pois queremos promover tanto a inclusão quanto a diversidade”.

“Estamos olhando para o futuro. Queremos formar pessoas para as carreiras de amanhã, aliadas às melhores práticas de sustentabilidade, com foco na geração de emprego e renda. Queremos e precisamos que mais e mais brasileiros conquistem seu lugar em uma área tão promissora e portadora de futuro, como é a tecnologia”, completou Luciana Santos.

Queremos formar pessoas para as carreiras de amanhã, aliadas às melhores práticas de sustentabilidade, com foco na geração de emprego e renda. Queremos e precisamos que mais e mais brasileiros conquistem seu lugar em uma área tão promissora e portadora de futuro, como é a tecnologia”, Luciana Santos

Os recursos para essas capacitações são do Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e serão executados em parceria com o governo do Estado da Bahia.

Segundo o governador Jerônimo Rodrigues, esta agenda reforça a importância de políticas públicas de ciência e tecnologia para o Estado. “É uma agenda de encerramento de um ciclo da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia aqui na Bahia. A Secti (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação) percorreu o estado, fazendo agendas em quilombos, em aldeias, em escolas, inclusive escolas rurais, dialogando também com empresários e empreendedores, tentando mostrar que a ciência está no nosso dia a dia”, disse.

O MCTI ainda está assinou um termo de parceria no valor de R$ 2 milhões, com o objetivo de implementar o Centro Público Digital de Economia Solidária, um projeto que propõe realizar ações de assistência técnica e extensão urbana para empreendimentos de economia solidária, a serem executadas pela Secretaria do Trabalho da Bahia.

Infraestrutura de Pesquisa

Ainda em Salvador, a ministra também anunciou iniciativas que juntas representam investimentos de mais de R$ 70 milhões. São recursos que vão fomentar a expansão da infraestrutura de pesquisa do estado, além de programas de formação e capacitação e de apoio a empreendimentos de economia solidária.

Com recursos do MCTI, operados pela Finep, o aporte é de R$ 15,6 milhões do Pró-infra, para estimular a melhoria das instalações do parque científico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e também para a aquisição de novos equipamentos para a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Também estamos repassando recursos da Chamada Pública para Parques Tecnológicos, que contribuirão para a consolidação do ecossistema de inovação e ampliação do alcance do Parque Tecnológico da Bahia. São R$ 11,7 milhões, sendo R$ 9 milhões do MCTI via Finep, e o restante é contrapartida do Governo da Bahia.

Infovia Bahia

Por fim, também foi celebrada a inauguração da rede metropolitana e das conexões da Infovia Bahia, um projeto estratégico para o futuro do conhecimento e da inovação, que faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.

“Estamos levando infraestrutura de internet segura e de alta velocidade para cinco novos trechos, nas cidades de Irecê, Itaberaba, Itabuna/Ilhéus, Senhor do Bonfim e Vitória da Conquista, beneficiando 14 instituições de ensino e pesquisa de nível superior”, disse a ministra.

Além da comunidade académica, quase um milhão de habitantes dessas localidades serão impactados, já que escolas e outros órgãos estaduais e municipais poderão ter acesso a uma conectividade de qualidade, a ser ofertada pelo setor privado ou por empresas públicas, democratizando, assim, o acesso à internet em toda a região.

A primeira etapa da Infovia começou a funcionar em maio, em Ilhéus e Itabuna. Até 2026, serão investidos R$ 20 milhões para implantar cerca de 2,5 mil quilômetros de fibra ótica, abrangendo 20 cidades do Estado.

Fonte: MCTI