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Discussão sobre habilidades digitais precisa estar em conceito mais amplo, alertam especialistas - Consecti

Discussão sobre habilidades digitais precisa estar em conceito mais amplo, alertam especialistas - Consecti

Notícias
26 abril 2023

Discussão sobre habilidades digitais precisa estar em conceito mais amplo, alertam especialistas

A falta de habilidade digital não é uma condição apenas para quem está desconectado, e esse gargalo precisa ser abordado de uma forma mais abrangente e não segmentada das políticas de infraestrutura e acesso, conforme explicaram especialistas no último painel do primeiro dia do Seminário Conectividade Significativa: Um Novo Desafio para o Brasil, promovido pela Anatel e pelo BID nesta terça, 25, em Brasília.

“A gente precisa parar de separar os temas: as habilidades digitais estão em qualquer tipo de inclusão digital. E as discussões sobre infraestrutura estão em uma caixinha, e as de habilidades em outra, e o tema deveria perpassar qualquer um desses debates“, afirmou a advogada Nathalia Foditsch. Especialista no assunto, ela foi uma das precursoras no conceito de conectividade significativa, ainda em 2020.

Para Foditsch, as discussões precisam incorporar o papel complementar das habilidades, incluindo também outros atores. Por exemplo, as redes comunitárias, que podem promover a inclusão com governança própria. “Elas passam os melhores conteúdos locais, ajudando membros na capacitação e apropriação tecnológica, e muitas vezes conseguem utilizar tecnologia livre e/ou de código aberto”, argumenta. As prestadoras de pequeno porte (PPPs), por sua vez, ajudam na promoção da capilaridade do acesso.

Coordenadora da pesquisa TIC Educação no Cetic.br, Daniela Costa ressalta que não é só o grupo de desconectados que demanda capacitação nas habilidades digitais. “Ter acesso à Internet não significa que a pessoa é hábil nos recursos digitais, há múltiplos conceitos – para acessar serviços de saúde, é preciso habilidades digitais.”

Outra questão é que, na avaliação de Costa, as políticas de capacitação passam por educação formal, que tem seus próprios desafios relacionados – tanto na conectividade básica quanto na qualificação de professores. Mas há também parte da população que não está em escolas e também precisa das habilidades, especialmente nas classes de baixa renda. Ela cita dados do Cetic.br: a atividade de mandar mensagens instantâneas é bastante disseminada tanto na classe A quanto na DE. Por outro lado, em transações financeiras digitais, há disparidade: 95% do grupo A utiliza, mas só 21% o fazem na DE.

Precisamos de programas massivos“, declarou o diretor executivo da Associação Latino-Americana de Internet (ALAI), Raúl Echeberría. Ele entende que programas de apoio a pequenas empresas ajudam, uma vez que considera que o desenvolvimento de habilidades para a “construção da cidadania digital muitas vezes é a porta para inclusão de pessoas na economia”.

Fonte: Teletime