Demi Getschko: Regulação errada de Inteligência Artificial tira o Brasil do cenário global

O Brasil angariou nos últimos anos o respeito do mundo com relação as suas posições de governança da Internet e seria ‘uma pena jogar tudo isso no lixo por uma discussão superficial sobre regulamentação de Internet”, advertiu o coordenador do NIC.br, Demi Getschko, ao participar nesta sexta-feira, 22/09, da Convenção Abranet  2023, realizada em Touros, no Rio Grande do Norte.

Getschko observou que a Internet é um solo fértil, mas ela só funciona no que é globalmente acertado, o que significa que regras específicas por países são negativas à governança da rede. “O cuidado é essencial. Não podemos perder todo o trabalho já feito”, adicionou.

Ao falar sobre a regulamentação da Inteligência Artificial – em discussão no Brasil e no mundo – o coordenador do NIC.br disse não ser contra uma regulamentação, mas disse que ela tem de ser baseada em princípios e não em proibições. “Não podemos proibir e impedir que o Brasil entre na rota do desenvolvimento de IA. Seria um erro estratégico sem volta. Nós temos legislações que protegem os dados pessoais e os direitos das pessoas”, observou.

O NIC.br é responsável pelo Observatório da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA), criado pelo governo federal para estabelecer as políticas públicas para IA, mas de acordo com Getschko, funcionará como um ‘escutador’ do mercado brasileiro para monitorar os impactos em diferentes setores como, por exemplo, saúde, educação e indústria. Quem aderiu ao EBIA foi a Abranet. “Vamos ser colaboradores com o decálogo de IA. Criamos um grupo de trabalho e queremos muito ajudar”, afirmou a presidente da entidade, Carol Conway.

Fonte: Convergência Digital