Cidades inteligentes: mercado latino-americano é projetado em US$ 100 bilhões até 2025
A urbanização e o crescimento das localidades metropolitanas impõem transformações às cidades. Mundialmente, metade da população mundial vive em áreas urbanas e na América Latina o índice é ainda maior: 81%. O crescimento populacional concentrado nas áreas metropolitanas, aumentando a densificação das cidades, traz enormes desafios para gestores públicos, conforme assinalou Alberto Boaventura, gerente-sênior para estratégia, analytics e M&A na Deloitte Touche Tohmatsu, ao falar sobre “smart cities: futuro urbano com propósito”, no evento Smarter Cities & Digital ID Forum, nesta quarta-feira (16/11).
O especialista é taxativo: Adotar soluções conectadas de tecnologia da informação e comunicação, de modo a melhorar a segurança e os serviços de saúde, promover conforto e bem-estar à população, além de fomentar a sustentabilidade são os pilares que sustentam as cidades inteligentes. “O mundo passa por uma jornada transformadora e as cidades também”, observou.
O gerente da Deloitte sustentou que, em função do barateamento tecnológico, atualmente, todas as cidades têm algum tipo de solução inteligente. Dentre os principais benefícios, ele citou impactos positivos na segurança pública, na saúde pública e em energia e eletricidade. Até por isso, o mercado de soluções para as cidades inteligentes vem apresentando um crescimento anual de 21,45% entre 2019 e 2025, com o mundo respondendo por um mercado de US$ 250 bilhões e a América Latina com algo em torno de US$ 100 bilhões, nas estimativas da Deloitte.
Um relatório da Deloitte enumerou 12 tendências para o futuro das cidades — e nele se destacam soluções para mobilidade, educação e meio ambiente. Mas como as cidades podem viabilizar os projetos? Para Boaventura, a fórmula do sucesso está em ter um plano de longo prazo para garantir os investimentos, mas é preciso também contar com uma arquitetura padronizada e interoperável; e para tanto deve-se adotar uma plataforma apropriada, promover investimentos privados e garantir a promoção de serviços.
“Não é possível hoje falar de cidade inteligente sem assinalar a importância e o impacto da implantação de 5G. 5G cria uma nova agenda para cidade inteligente, porque incorpora novas tecnologias como inteligência artificial, edge computing, analytics, que trazem novos serviços com baixa latência”, pontuou Boaventura. Mas o 5G também traz novas demandas por conta da necessidade de se ter uma grande capacidade de infraestrutura para atender ao aumento do tráfego de dados.
A tendência, apontou o executivo da Deloitte, é de os municípios participarem em telecomunicações com a construção de modelo de negócios ganha-ganha, a partir de uma plataforma de exploração. “Os municípios têm os locais e podem, sim, fazer receita ao permitir o avanço da infraestrutura de telecomunicações em parceria com as operadoras”, observou. Só que um ponto é chave: a plataforma escolhida tem de ter interoperabilidade para a integração dos serviços. “Só assim vai ser possível ter sinergia e permitir o fomento à inovação e ao desenvolvimento”, adicionou Alberto Boaventura.
O gerente da Deloitte diz que não há receita igual para todas as localidades, mas observa que as cidades inteligentes exigem um plano de longo prazo para que se possa fazer as escolhas corretas; de políticas públicas orientativas e clareza para que investidores e desenvolvedores de tecnologia invistam e avancem com mais e mais serviços voltados ao cidadão.
Fonte: Convergência Digital