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Brasil não pode perder onda de demanda por datacenters, dizem empresas - Consecti

Brasil não pode perder onda de demanda por datacenters, dizem empresas - Consecti

Notícias
14 agosto 2024

Brasil não pode perder onda de demanda por datacenters, dizem empresas

Agentes dos setores públicos e privados alertaram sobre a necessidade do Brasil avançar para se tornar um hub mundial de data centers. Isso porque o boom das soluções baseadas em inteligência artificial (IA) vem motivando a instalação de novos centros desse tipo em vários países, e o Brasil precisa aproveitar esta oportunidade. Apesar do Brasil ser um mercado considerado atrativo, ainda existem problemas para serem resolvidos – como nos segmentos de energia e questões tributárias.

“Se não nos movermos rapidamente, essa oportunidade vai passar. E se passar, não é o mercado de data centers que perde. Quem perde é a cadeia [industrial] inteira“, disse o COO da Ascenty, Marcos Siqueira – durante o IV Simpósio da Telcomp em Brasília nesta terça-feira, 13.

Siqueira disse ainda que o País está numa boa posição para ser, inclusive, um hub mundial de data centers. “Por outro lado, temos o risco de deixar essa oportunidade passar se nós, da iniciativa privada e governo, não tomarmos algumas decisões“, afirmou Siqueira.

Também presente no evento, o diretor da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento, Guilherme Zanetti, lembrou que o Brasil tem uma matriz energética privilegiada. Além disso, há outra característica importante: o País tem sobreoferta desse insumo.

Escoamento da energia

Mas para a iniciativa privada, existem pontos de atenção. O COO da Ascenty, por exemplo, disse que o Brasil enfrenta problemas na capacidade de energia disponível nas linhas de transmissão em diferentes regiões brasileiras – apesar do País produzir mais energia do que consome.

“Um data center de inteligência artificial pode consumir até 150 megawatts. É [o mesmo que] uma cidade de 225 mil habitantes. Existe hoje 150 mega de energia disponível em qualquer subestação do País? Não”, disse Siqueira.

Diretor da Aneel, Fernando Mosna afirmou que a capacidade instalada teve grande salto no País: era 81 gigawatts em 2001 e passou para 235 gigawatts –  considerando gerações centralizadas e distribuídas. Mas apesar dele concordar que o Brasil tem dificuldades com o escoamento da energia, Mosna disse que o Brasil tem o que é necessário para ancorar data centers.

“Nós temos a possibilidade de fornecer energia barata, limpa e confiável. É um pilar. Essa garantia nós temos por conta do Operador Nacional de Sistema, do planejamento tal qual ele acontece e do nosso quadro regulatório”, afirmou Mosna. Ainda de acordo com o diretor da Aneel, a expansão dos data centers no Brasil também pode ajudar a impulsionar o crescimento da capacidade energética instalada.

Planejamento

Guilherme Zanetti afirmou que o boom do alto consumo energético foi além do que qualquer projeção do órgão. “Hoje, o planejamento que é feito da expansão do sistema elétrico brasileiro é para a situação que o Brasil vai ter daqui a dez anos”, explicou.

Mas, nos últimos 24 meses, o mercado de consumo de energia de grandes consumidores, como data centers, avançou de forma muito acelerada, como não se previu em oito anos – segundo Zanetti.

O conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, mencionou estudos que tratam das premissas de que a alta no consumo de soluções baseadas em inteligência artificial podem aumentar o consumo global de energia. Mas, de acordo com ele, a agência observa casos em que grandes empresas desse setor trabalham para minimizar esse gasto elétrico.

Carga tributária

Por fim, o COO da Ascenty também afirmou que a alta carga tributária no Brasil pode ser uma barreira adicional para a entrada de novas empresas no País.

Isso porque, de acordo com o executivo, as taxas de importação dos equipamentos necessários para a construção destes centros pode fazer com que o Brasil “deixe de pegar essa demanda [global] de IA”, que poderia ir para outro País.

Fonte: Teletime