BNDES vai exigir compromisso de redução de carbono a partir de 2023
O BNDES está adotando uma agenda de incentivo ao consumo de fontes renováveis de energia, e promete incorporar em 2023 a contabilização de créditos de carbono às análises que realiza antes de conceder crédito. Conforme explicou hoje, 29, Rodrigo Bacellar, gerente energias renováveis e eficiência energética do banco, este critério passa a constar primeiro nos empréstimos a grandes empresas, e será, aos poucos, levado aos seus agentes financeiros.
“Ano que vem, vamos contabilizar carbono nos processos de aprovação de apoio a novos projetos diretos e indiretos não automáticos, que são aqueles que passam por análise dos agentes e nossa. No futuro, todos os projetos de financiamento indireto automático, em que só os agentes fazem a análise, também vão contabilizar carbono. Os agentes deverão dizer ao BNDES o quanto aquela operação está contribuindo para a eficiência energética ou de redução do carbono”, falou.
Ele participou nesta terça-feira, 29/11, do evento 5×5 Tec Summit Energia & Sustentabilidade, organizado em parceria pelos sites Convergência Digital, Mobile Time, Tele.Síntese, Teletime e TI Inside. Bacellar ressaltou que o BNDES definiu como objetivo ser carbono neutro até 2050. Também vai fomentar a limpeza da matriz energética na Amazônia. “É um contrassenso, mas hoje a região Norte é que mais depende de termoelétricas”, falou.
Ele também anunciou o FGEnergia, fundo garantidor com R$ 40 milhões em caixa criado para empreendedores que desejam entrar ou expandir no segmento da energia limpa. “Ele é destinado a micro, pequenas e médias empresas, com faturamento de até R$ 300 milhões por ano. Através do fundo, o BNDES concede até 80% de garantia aos empréstimos”, falou.
O FGEnergia só pode ser acionado, no entanto, se o empreendedor comprovar que o investimento se baseia em fontes sustentáveis, como a energia solar. “Tem que ficar comprovado que não há chance de haver green washing”, disse. O termo denomina a prática de projetos se autoproclamarem ecologicamente corretos, sem na verdade comprovar redução da emissão de carbono.
Fonte: Convergência Digital (adaptada)