UFRGS e Agência da ONU para as Migrações (OIM) lançam material sobre governança migratória
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) publicaram neste mês de abril um um compilado das boas práticas de 41 governos locais que receberam o Selo MigraCidades 2021. O material, disponível no formato de fichas informativas, dá visibilidade a iniciativas de municípios e estados para promoção de acolhimento, integração e acesso a direitos por migrantes. Os documentos estão disponíveis no site da plataforma MigraCidades.
Acesse os materiais – Boas Práticas 2021
Foram consideradas boas práticas políticas e ações realizadas por municípios e estados participantes em prol do bem-estar das pessoas migrantes e das comunidades de acolhida. As iniciativas estão catalogadas de acordo com as 10 dimensões de governança migratória local, que guiam o trabalho realizado pela Plataforma – como estrutura institucional de governança e acesso a direitos.
“Neste segundo ano que lançamos as fichas informativas reforçamos a importância do comprometimento dos governos participantes. Esperamos que com estes documentos esses esforços ganhem visibilidade e possam inspirar os novos candidatos a certificação, assim como todos os outros governos que ainda não se inscreveram, mas estão comprometidos com a questão migratória em suas localidades”, afirmou o Chefe de Missão da OIM, Stéphane Rostiaux.
“Ao publicar esse compilado de experiências de boas práticas, buscamos ampliar o conhecimento público acerca de ações e desenhos institucionais locais que objetivam fortalecer a governança migratória, além de eventualmente instigar outros governos a se inspirar nessas respostas exitosas, e adaptá-las, traduzidas aos diferentes contextos locais”, explicou a professora Verônica Gonçalves, do Departamento de Economia e Relações Internacionais, uma das responsáveis pela coordenação da Plataforma MigraCidades na UFRGS.
Diversidade de ações
Dentre as boas práticas na dimensão de governança institucional e estratégia local estão a atuação de comitês, comissões temáticas e grupos de trabalho dedicados ao diálogo e articulação sobre políticas locais para a migração, como os identificados nos municípios de Belém (PA), Contagem (MG), Guarulhos (SP), Joinville (SC), Goiânia (GO), Santarém (PA), São Leopoldo (RS), Umuarama (PR) e nos estados do Rio Grande do Sul e de Goiás.
Também foi considerada boa prática a existência de setores e serviços especializados para atendimento a migrantes, como os registrados nos municípios de Cachoeirinha (RS), Curitiba (PR), Dourados (MS), Esteio (RS), Niterói (RJ), Pelotas (RS) e nos estados do Maranhão e do Paraná. Além disso, foi destaque a instituição de planos, políticas e protocolos em prol das populações migrantes por governos como o do estado do Rio Grande do Norte e dos municípios de São Paulo (SP) e Venâncio Aires (RS).
Outra iniciativa destacada foi a realização de capacitações junto a servidores dos governos locais, como as realizadas no município de Vitória da Conquista (BA) e no estado do Ceará. Além disso, na dimensão das parcerias institucionais, destacam-se parcerias entre o governo local e organizações da sociedade civil e universidades como nos municípios de Caxias do Sul (RS), Guaporé (RS), Nova Iguaçu (RJ), Novo Hamburgo (RS) e no estado da Paraíba.
No âmbito do acesso à educação foram identificadas boas práticas nos municípios de Belo Horizonte (MG), Corumbá (MS), Foz do Iguaçu (PR), Igarassu (PE), Juiz de Fora (MG), São José do Rio Preto (SP) e no estado do Recife. E, na dimensão do acesso à assistência e à proteção social, foram identificadas iniciativas realizadas pelo estado de Roraima e pelos municípios de Campo Largo (PR) e Mossoró (PE). Acesse os materiais – Boas Práticas 2021
Processo de certificação
A plataforma “MigraCidades: Aprimorando a Governança Migratória Local no Brasil”, fruto de parceria entre a Agência da ONU para as Migrações (OIM) e a UFRGS, com o apoio da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), tem como objetivos capacitar atores locais, impulsionar o diálogo migratório, promover o intercâmbio de experiências entre pares, e certificar o engajamento dos governos em aprimorar a governança migratória e dar visibilidade às boas práticas identificadas nos estados e municípios brasileiros.
O processo de certificação oferece ferramentas que permitem aos governos locais apreciar a abrangência de suas políticas migratórias, bem como identificar potencialidades a serem desenvolvidas em benefício dos migrantes e das comunidades de acolhida. Na primeira edição do processo de certificação, em 2020, 27 governos (21 municípios e 6 estados) completaram com sucesso todas as etapas. Já no ano de 2021 o número de governos engajados foi ampliado, tendo 32 municípios e 9 estados certificados. O MigraCidades baseia-se em 10 dimensões da governança migratória local, que reúnem indicadores sobre estruturas de governança e acesso a direitos.
Fonte: UFRGS