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Fatores críticos e futuro da Ceitec são temas de debate no último dia do RS Innovation Stage - Consecti

Fatores críticos e futuro da Ceitec são temas de debate no último dia do RS Innovation Stage - Consecti

Giro nos estados
25 março 2024

Fatores críticos e futuro da Ceitec são temas de debate no último dia do RS Innovation Stage

Fatores críticos e o futuro do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) foi o tema de um dos painéis que movimentaram a manhã desta sexta-feira (22/3) no South Summit Brazil, evento correalizado pelo governo do Estado. A retomada da empresa de semicondutores exige fortes investimentos governamentais, como foi consenso entre os painelistas.

Para o diretor da Ceitec, Eric Fabris, discutir a retomada da fábrica de semicondutores exige entender a dimensão desse setor em nível mundial. “Os governos têm tido papeis essenciais nessa conjuntura. Vemos os Estados Unidos, a Coreia do Sul, o Japão, e a própria União Europeia, com mecanismos de incentivo”, pontuou.

“Sabemos que os custos de implantação são diferentes. Temos que fazer uma equalização de custo de implantação, operação e propriedade da plataforma industrial em cada região do globo. Essa é uma estratégia sólida a longo prazo, até porque para conceber uma plataforma industrial entregando volume, leva de cinco a sete anos”, explicou Fabris.

Endossando a fala de Fabri, Adão Villaverde, político e professor da PUCRS, reforçou a importância de investimentos governamentais. “A partir de uma estratégica nacional, vamos irradiar um conjunto de instrumentos para alavancar políticas públicas nesse ecossistema para o país. Se vamos ter uma estratégia nacional para a Ceitec, precisamos de muito dinheiro, em torno de R$ 1 bilhão. Temos capacidade instalada, temos elementos chave e, com aporte financeiro, retomaremos a empresa sobre outra perspectiva. Sem chip não tem transformação digital”, argumentou.

Embora seja uma estatal federal, o olhar do governo gaúcho para a Ceitec foi saudado pelo professor e pesquisador do Instituto de Informática da Universidade federal do Rio Grande do Sul, Sergio Bampi. “O Rio Grande do Sul voltou a olhar para a Ceitec como um ativo importante. Os investimentos em semicondutores são política de Estado em todos os países que querem soberania e estratégia nessa área. Mas, para entregar o que se propõe, precisa de investimentos. Só assim fortaleceremos o ecossistema”, salientou.

Por fim, o deputado estadual Miguel Rosseto destacou a importância da retomada da Ceitec e seu papel na soberania nacional: “Falar em semicondutores é falar em segurança econômica e nacional. O governo federal fez uma escolha de preservar a Ceitec após um período de liquidação e estamos, agora, com essa agenda de retomada. Somos a única empresa na América Latina com essa capacidade produtiva e temos que nos fortalecer e colocar essa potência dentro de uma escala global com muitas possibilidades de articulação.”

Investimentos

O governo do Estado, através da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), desenvolve o programa Semicondutores RS. A iniciativa é uma estratégia para tornar o Rio Grande do Sul uma referência nacional no setor, com expectativa de projeção no mercado internacional. Lançado em setembro de 2023, o programa deve contar com um investimento de cerca de R$ 70 milhões até 2026.

A primeira medida foi o lançamento do edital Inova Semicondutores, em setembro, com aporte de R$ 3 milhões e que selecionou três propostas para capacitação de projetistas de circuitos integrados, mão de obra necessária nesse segmento. Em seguida, foi anunciado o edital Techfuturo Semicondutores, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), vinculada à Sict, prevendo R$ 6 milhões para projetos de formação de redes de alto nível de competitividade científica e tecnológica, integrando pesquisadores de universidades a empresas estabelecidas e startups.

Fonte: SICT RS