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COP 28: Governo do Amapá busca investidores para fortalecer monitoramento da Foz do Amazonas - Consecti

COP 28: Governo do Amapá busca investidores para fortalecer monitoramento da Foz do Amazonas - Consecti

Giro nos estados
15 janeiro 2024

COP 28: Governo do Amapá busca investidores para fortalecer monitoramento da Foz do Amazonas

Uma das iniciativas que o Governo do Amapá apresentou na 28ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 28), foi o Projeto Foz, idealizado para proteger o estuário do Rio Amazonas. Representantes de países da Europa e da Organização Mundial de Turismo participaram do painel, que teve o intuito de pleitear investidores e recursos para o desenvolvimento da iniciativa.

O projeto tem como objetivo estratégico implantar uma rede de monitoramento da foz do Amazonas e da costa oceânica do estado e integrá-la à rede de observação do Governo Federal para aumentar o volume de informações sobre a região, que possui grande relevância ambiental e climática para o planeta.

O estuário amazônico fica entre os estados do Pará e Amapá e é formado pelo encontro dos rios Amazonas e Tocantins, que desembocam no oceano Atlântico, no norte do país. O estuário é uma das regiões costeiras mais dinâmicas e menos conhecidas do mundo.

Uma das poucas informações concretas que se tem sobre esta área é que possui a maior descarga de água doce do mundo, mas que tal volume é muito vulnerável ao aumento do nível do mar. Por conta de toda complexidade de fatores que formam o estuário, metodologias convencionais de pesquisa não conseguem ser aplicadas para monitorar a região de forma precisa.

A Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Setec) apresentou o projeto como uma solução para permitir o planejamento de políticas públicas que ajudem a compreender as complexas dinâmicas produzidas pelas forças do Amazonas e, assim, prever e mitigar desastres ambientais e fenômenos naturais.

“Implementar projetos que ajudem a frear ou diminuir os impactos das mudanças climáticas que ocorrem em nosso planeta é uma preocupação real e vista como prioridade para o Governo do Amapá. Por isso, estamos aqui para conseguir parceiros que nos ajudem a tirar do papel o Projeto Foz, uma iniciativa que pretende destacar ainda mais a importância estratégica da Foz do Amazonas”, destacou o secretário da Ciência e Tecnologia, Edivan Andrade.

Atualmente, a iniciativa é liderada por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) e tem uma estimativa de investimento de cerca de R$ 266 milhões para ser plenamente desenvolvido durante um período de cinco anos.

Na fase de execução do projeto, está prevista a instalação de infraestruturas modernas e a aquisição de equipamentos para a coleta contínua de dados que serão capazes de desvendar a identidade do estuário amazônico.

Projeto Foz

O projeto vai criar uma plataforma de referência para apoio à pesquisa, desenvolvimento e inovação sobre os sistemas costeiro e marinho na foz do Amazonas para ampliar os conhecimentos sobre ameaças, vulnerabilidades, riscos costeiros-oceânicos e climáticos. Essas informações serão compartilhadas com redes de pesquisas locais, nacionais e internacionais.

Com o projeto concluído, os resultados esperados são a expansão da rede de marégrafos (que medem o fluxo das marés), da rede sismológica (para monitorar atividades sísmicas) e hidrológica. Também será possível a criação de mapas regionais de riscos (inundação, erosão/acreção, intrusão salina); construção de base de dados para formulação de cartas de vulnerabilidade ambiental ao derramamento de óleo, entre outras ações.

COP 28

A conferência, que é uma reunião anual entre os países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, acontece até terça-feira, 12, nos Emirados Árabes Unidos. A comitiva do Amapá segue acompanhando os debates na COP 28, com o objetivo de obter apoio internacional para novos modelos de desenvolvimento econômico para a Amazônia, assim como contribuir com soluções para conter o aquecimento global.

A COP 28 acontece após o sexto ciclo de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que reforçou o senso de urgência e a gravidade da mudança do clima, bem como consequências perturbadoras para sistemas ecológicos e socioeconômicos.

Fonte: SETEC AP