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Baiana que se dedica à pesquisa com populações em situação de vulnerabilidade é destaque da Forbes - Consecti

Baiana que se dedica à pesquisa com populações em situação de vulnerabilidade é destaque da Forbes - Consecti

Giro nos estados
23 março 2022

Baiana que se dedica à pesquisa com populações em situação de vulnerabilidade é destaque da Forbes

A saúde das populações em situação de  vulnerabilidade é um dado preocupante em todo o mundo. Com a pandemia, isso se intensificou. Uma pesquisa realizada no ano passado constatou que pessoas negras e indígenas tiveram maiores taxas de hospitalizações e de mortes por Covid-19 do que pessoas brancas. A enfermeira, professora, doutora e, antes de tudo, mulher negra, Edna Maria de Araújo, baiana e nascida em Feira de Santana tem desenvolvido pesquisas para entender essa situação.
Desde muito cedo, a enfermeira e pesquisadora Edna Araújo sempre teve o sonho de cuidar de pessoas. Nascida no interior da Bahia, na cidade de Feira de Santana, a enfermeira, que hoje dedica suas pesquisas à saúde das populações em situação de vulnerabilidade social, foi destaque na edição especial digital da Revista Forbes, devido ao trabalho que desenvolve há mais de 30 anos. “Eu fiquei muito grata e lisonjeada pelo reconhecimento do meu trabalho”, comemorou Edna.
Mesmo aposentada, a professora segue orientando alunos do mestrado e do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Feira de Santana e do mestrado profissional em Saúde da População Negra e Indígena da Universidade Federal do Recôncavo Baiano. Entre uma das pesquisas feitas pela doutora e um dos seus orientandos, o biólogo Reinaldo Reis, foi traçado o perfil de pessoas com doença falciforme da cidade de Feira de Santana e, segundo ela, este perfil é observado principalmente em pessoas negras.
O trabalho feito por Edna e seu orientando  resultou na criação de uma associação que hoje é uma das mais importantes da cidade de Feira de Santana no que se refere à doença. “A atuação da Associação Feirense de Pessoas com Doença Falciforme (AFADFAL) tensionou o poder público municipal a criar um centro de referência para assistência especializada às pessoas com esta doença. O funcionamento desse centro de referência, com equipe multidisciplinar, tem diminuído as complicações da DF, e, consequentemente, tem contribuído significantemente para reduzir as internações e mortalidade por Anemia Falciforme, que é a categoria de doença falciforme mais grave e mais prevalente na população negra”.
Edna também integra o conselho do “The Ubuntu Center on Racism, Global Movements & Populations Health Equity”, da Drexel University Dornsife School of Public Health, na Filadélfia, nos Estados Unidos. Mais recentemente, a pesquisadora atuou como uma das coordenadoras do Grupo Temático Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). “Juntamente com outros colegas, escrevi várias notas técnicas e artigos científicos que mostraram como a exclusão social histórica da população negra e indígena determinou maior morbidade e mortalidade dessas populações por Covid-19 no Brasil”.
Para Edna, a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) teve e continua tendo uma grande importância na sua trajetória acadêmica. “Algumas das pesquisas que coordenei foram financiadas pela Fundação. Vários alunos que orientei também tiveram bolsas de mestrado e doutorado fornecidas por ela. As maiores conquistas da minha carreira acadêmica é essa contribuição para a formação de vários profissionais da área da saúde. Tanto para atuar no Sistema Único de Saúde, como na docência universitária, o que os colocam numa posição de multiplicadores de conhecimento, agentes de desconstrução de desigualdades sociais e incentivadores da promoção da justiça social”.
Fonte: SECTI BA