Academia Brasileira de Ciências encoraja candidaturas de Alagoas
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeal) promoveram um momento de interação com professores e pesquisadores na tarde desta terça-feira, 18/07, no Instituto de Física da Universidade Federal de Alagoas (IF Ufal).
A ABC apresentou-se como uma instituição que promove engajamento com questões científicas na sociedade brasileira, através de atuação em políticas públicas e meios de comunicação, em palestra de Anderson Gomes, físico da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e vice-presidente da ABC para o Nordeste e Espírito Santo.
Ele explica que a ABC possui “o quadro dos mais importantes pesquisadores brasileiros que, pela liderança que exercem, podem ser considerados os representantes mais legítimos da comunidade científica nacional, então, obviamente, o Nordeste tem que fazer parte da Academia, e eu gostaria que os colegas percebessem que ela está ao alcance de todo cientista bem capacitado”, observa o físico, que faz parte do comitê de seleção.
“A minha ideia aqui é que as pessoas percebam que há possibilidade de entrar na Academia Brasileira de Ciências. Durante muito tempo ela foi centrada no Sul e Sudeste, e é preciso descentralizar. Então, eu gostaria de estimular os colegas a considerar a participação na Academia Brasileira de Ciências”, explicou Sylvio Canuto, também físico, atuante na Universidade de São Paulo, nascido em Alagoas e membro da ABC, em participação virtual.
A seleção para a Academia se dá em 3 etapas, e apenas cientistas cujo perfil é considerado de excelência se sobressaem.
Representatividade
Entre os dados apresentando pela ABC, destacou-se a posição da Ufal no FCWI (indicador mundial de citações de trabalho científico por campo de atuação). A média mundial é 1 e a universidade alagoana encontra-se com pontuação de 1.
Em termos de comparação, o índice da UFPE é 0,85 e o da Universidade de São Paulo (USP), a melhor colocada no ranking, é de 1,4. Isso é importante, pois essas são as duas instituições nacionais, respectivamente, com que os pesquisadores da Ufal mais colaboram, de acordo com os dados apresentados pela ABC, a respeito do período 2020.
Outro ponto significativo é a participação feminina na Academia, compondo apenas 20% dos 568 membros. Porém, o dado significativo é que, em relação ao ano de 2023, metade dos novos ingressantes foram mulheres.
A realidade financeira da CT&I do Brasil
O segundo momento do encontro com os cientistas que exercem atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão, e alunos do IF, foi marcado por uma apresentação de dados do professor Fábio Guedes Gomes, docente da Ufal, diretor-presidente da Fapeal e secretário executivo da ICTP.br
A apresentação trouxe, de maneira didática, dados sobre os contingenciamentos para os recursos de CT&I durante os últimos anos, a contribuição das FAPs no financiamento nacional do sistema, dados sobre a gestão financeira da Fapeal e sobre o Sistema Nacional de Pós-Graduação em Alagoas.
“Se a gente tiver foco, planejamento e uma instituição muito a par com as pró-reitorias de pesquisa e pós-graduação das universidades, a gente consegue avançar e não dispersar energia e nem recursos”, comentou o gestor.
Debate
Na discussão final, além das oportunidades e contribuições da ABC, os participantes encaminharam o foco da discussão especialmente para a questão da internacionalização, pois este é o ponto, nos critérios de avaliação nacionais, que representa o maior desafio para os PPGs da Ufal, atualmente.
Estiveram presentes na reunião, também, a pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da Ufal, Iraildes Assunção; a pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Mara Ribeiro; o diretor do Instituto de Física e o coordenador de sua pós-graduação, respectivamente, Elton Nascimento e Ítalo Oliveira; a diretora do Instituto de Matemática, Juliana Teodoro.
Dentre os pesquisadores presentes, a química Marília Oliveira, o físico Francisco Fidelis e o matemático Hilário Alencar são membros da Academia Brasileira de Ciências, e docentes da Ufal. Além deles, o docente da Ufal Alexander Borbely, que não é membro ABC mas, neste ano de 2023, foi convidado pela Academia a participar de grupo a respeito da questão dos microplásticos.
Fonte: FAPEAL