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Starlink antecipa mercado de conectividade a laser entre satélites - Consecti

Starlink antecipa mercado de conectividade a laser entre satélites - Consecti

Notícias
20 março 2024

Starlink antecipa mercado de conectividade a laser entre satélites

Se de um lado a Starlink é hoje a principal desafiadora do status quo no mercado de satélites, ela pode estar em vias de ser a primeira a viabilizar uma nova era tecnológica há alguns anos apontada como um caminho importante para a própria indústria: a conectividade por laser para satélites.

“Vamos lançar comercialmente uma tecnologia chamada ‘plug-and-plaser’ que é basicamente comercializar os nossos lasers e colocar em outros sistemas de satélite. Estamos animados, vamos colocar para rodar com o lançamento da próxima Dragon (espaçonave tripulada da empresa) no Verão”, disse a CEO da SpaceX, Gwynne Shotwell, durante a Satellite 2024″, disse a executiva, destacando ainda estar animada em ter comunicação nas bases na Lua e Starlink em Marte.

A tecnologia de comunicação a laser já está presente em outros projetos, como a constelação Lightspeed da Telesat ou na constelação mPower da SES. O tema foi destacado também pelo presidente da SES, Adel, Al Saleh, no mesmo painel em que Shotwell fez o anúncio: “estamos entusiasmados com a possibilidade de interlinks entre satélites diferentes e diferentes constelações. Isso abre uma era inteiramente nova para big data. Isso vamos poder demonstrar com a PlanetLabs (uma empresa especializada em serviços de observação da Terra), pegando o dado deles e levando à uma constelação MEO, e trazendo de volta para a Tera em tempo real”, exemplifica.

O que a SpaceX desenvolveu para seus satélites e já colocou em operação na nova geração de satélites Starlink basicamente possibilita criar uma rede de dados no espaço, sem a necessidade de muitos gateways (estações de recepção e transmissão) em terra. Tipicamente, quando um sinal de banda larga trafega para o satélite, ele precisa passar por um gateway terrestre para ser roteado para a Internet, e depois retornar a outro satélite da constelação, em um processo que consome tempo da rede (aumentando a latência) e comprometendo a velocidade, além da necessidade de investimentos em muitos gateways. A conexão a laser entre os satélites permite essa troca de informação direta no espaço, com apenas um ponto de comunicação com a Terra. Será a mesma tecnologia utilizada para conectar estações espaciais, estações Lunares e eventualmente em Marte.

A novidade da estratégia da SpaceX, não detalhada, é oferecer isso a outros operadores. Seria uma espécie de backhaul óptico entre satélites, algo que precisa passar, obviamente, por questões de padronização para uso com outros equipamentos e, principalmente, aumenta a discussão sobre soberania das informações. Hoje, os gateways são considerados ativos estratégicos dentro das constelações de satélite. Para uma operadora vender um serviço a um governo, não raro ela assegura a instalação do gateway no território daquele país para que haja um mínimo de controle. Constelações baseadas em conectividade a laser ficam muito mais dependentes da governança do operador (apesar de serem mais seguras).

Fonte: Teletime (adaptada)