Transformação Digital, com software à frente, trará R$ 666,3 bi para o Brasil
O fomento ao setor de tecnologia da informação e comunicação deve seguir independentemente de qual governo esteja no poder. “Tem de ter uma visão de País, de Estado e não de governo”, defendeu o presidente-executivo da Brasscom, Affonso Nina, durante apresentação para imprensa nesta quinta-feira, 18/05, do Relatório Setorial. “Mas vejo que há convergência de agendas [com o atual governo]. Não têm ideologia ou partidarismo quando você fala em gerar mais divisas, em gerar mais empregos. São pautas que convergem”, completou.
Affonso Nina assumiu há cerca de dois meses a presidência-executiva da Brasscom, em substituição a Sergio Paulo Gallindo. Entre as pautas que estão em sua agenda para levar ao governo estão o fomento à formação de mão de obra, a regulamentação dos dados, formas de incrementar o investimentos em pesquisa e desenvolvimento no País, entre outros pontos.
Ele explicou que a Brasscom está com um estudo em curso para definir o que considera que sejam os pontos-chaves que o Brasil deveria priorizar. “Vamos propor um plano para o Brasil mostrando quais são as prioridades estratégicas, mas sem modismos. Propor uma agenda para tecnologia com a visão de que o setor de TIC ajuda outros setores”, apontou. Com relação à regulamentação de inteligência artificial, Affonso Nina disse que a Brasscom é favorável, mas defendeu que ela seja principiológica.
Peso do setor
A importância e o peso do macrossetor de tecnologia da informação e comunicação ficam evidentes nos números apontados no Relatório Setorial, apresentado, nesta quinta-feira, 18/05, e que compila dados de fontes diversas, apontando o comportamento do mercado de TIC em 2022 e as tendências nas perspectivas de investimentos em transformação digital.
O macrossetor de TIC representa 6,6% do produto interno bruto brasileiro, com uma produção setorial de R$ 653,7 bilhões e 2,02 milhões de empregos em 2022, o que corresponde, segundo a Brasscom, a 4% dos empregos nacionais, sendo que a média salarial em TIC é 2,2 vezes maior que a média salarial nacional. Na comparação com o ano anterior, houve um incremento de mais 117 mil empregos e um crescimento nominal de 9,3%. Por macrossetor de TIC, a Brasscom engloba TIC, TI in House e telecomunicações.
Destrinchando os números, TIC representa o maior volume com R$ 306,2 bilhões de produção setorial (3,1% do PIB), crescimento nominal em relação a 2021 de 4,5% e 1,17 milhão de empregos. As telecomunicações vêm depois com R$ 277,7 bilhões (2,8% do PIB), crescimento de 10,3% e 331 mil empregos. Já TI in House soma R$ 69,8 bilhões (0,7% do PIB), aumento de 14,2% e 516 mil empregos.
Para o período de 2023 a 2026, a transformação digital – que soma software, hardware, serviços e telecomunicações – deverá receber R$ 666,3 bilhões, com software ficando com 51,2% do montante ou R$ 341 bilhões, Hardware fica com R$ 146,9 bilhões, serviços com R$ 139,1 bilhões e Telecom com R$ 39,3 bilhões. Entre as tecnologias, computação em nuvem terá R$ 308,3 bilhões, um crescimento de 28%, Inteligência Artificial um incremento de 20% chegando a R$ 69,1 bilhões, Big data e Analytics com R$ 82,2 bilhões e Segurança da Informação com R$ 68,4 bilhões.
O setor de TIC brasileiro, apontou a Brasscom, representa 36,4% do mercado latino-americanos. Nos últimos cinco anos, a taxa de crescimento anual foi de 6,9%. Além disso, o Brasil foi o décimo maior produtor mundial de TIC e telecom em 2022, com um total de US$ 73,6 bilhões.
Fonte: Convergência Digital