FAPESP abrigará o Secretariado Executivo do Global Research Council a partir de setembro
A FAPESP abrigará, a partir de setembro, o Secretariado Executivo do Global Research Council (GRC), entidade que reúne mais de 60 agências de fomento público à pesquisa de todos os continentes. O anúncio foi feito ontem (31/05) no primeiro dia da Reunião Anual do GRC, que ocorre na Cidade do Panamá até sexta-feira (03/06). Desde a criação da entidade, em 2012, essa responsabilidade já foi da National Science Foundation (NSF, dos Estados Unidos), da German Research Foundation (DFG, da Alemanha) e da United Kingdom Research and Innovation (UKRI, do Reino Unido).
“Nossa participação no GRC faz parte das iniciativas da Fundação no sentido da internacionalização. O fato de abrigarmos o Secretariado Executivo da entidade é resultado do prestígio da FAPESP entre agências internacionais e certamente contribuirá para nossa maior inserção no cenário mundial”, diz Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.
O Secretariado Executivo é uma das três instâncias da estrutura de governança do GRC, ao lado do Governing Board (Conselho de Administração) e do Executive Support Group (Grupo de Apoio Executivo). Seu papel é mediar a relação do conselho com as agências de fomento participantes e organizar a estrutura de comunicação e interação das demais instâncias do GRC, entre outros.
“Ao longo do mandato da UKRI as atividades do Secretariado Executivo foram muito ampliadas, ganhando um papel mais ativo na formulação da política do GRC”, afirma Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.
Além disso, o GRC tem planos de expandir significativamente suas atividades e estratégias. “Ao longo dos últimos anos, foi sendo construída uma visão segundo a qual o GRC é um fórum com grande potencial para criar mecanismos de financiamento multilateral para a pesquisa e inovação”, conta Euclides de Mesquita Neto, coordenador adjunto em Programas Especiais e Colaboração em Pesquisa da FAPESP. Ele ocupará a posição de secretário executivo do GRC, tendo como adjunta Carolina Oliveira Martins Costa, assessora de Colaboração em Pesquisa.
A perspectiva de ampliação do financiamento de ações multilaterais está na pauta da Reunião Anual do GRC na Cidade do Panamá, que ocorre paralelamente a outros dois eventos. Um deles, sobre oportunidades de contribuição da pesquisa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, foi promovido pela FAPESP e pela Organização dos Países Baixos para a Pesquisa Científica (NWO). A organização do evento foi liderada por Anita Hardon, da NWO, e por Mello, da FAPESP, contando com a participação de Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação e de Odir Delagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
“O objetivo deste evento foi conectar instituições de fomento que apoiam ou planejam apoiar pesquisas na Amazônia, com o objetivo de criar instrumentos para estimular pesquisadores a submeterem projetos que contemplem o desenvolvimento regional sustentável, incluam atores locais na definição da pesquisa, subsidiem políticas públicas e decisões de investimentos privados baseados em evidências, levem em conta saberes locais e contribuam para a infraestrutura de pesquisa da região”, detalha Mello (leia mais em: agencia.fapesp.br/38765).
O segundo evento lateral avaliou os desafios para a constituição de um fundo multilateral para pesquisa, que também contará com a participação do diretor científico da FAPESP.
A próxima reunião anual do GRC será nos Países Baixos e terá a FAPESP como coanfitriã, ao lado da NWO. Na condição de coanfitriã, o diretor científico da FAPESP passa a fazer parte do Governing Board, no mandato de 2022 a 2023.
A FAPESP integra o GRC desde 2012 e o Executive Support Group desde 2017. Em 2019 sediou a 8ª Reunião Anual do GRC, realizada em São Paulo, junto com o DFG e o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas de la República Argentina (Conicet) e foi coanfitriã – junto com o Conicet, o Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (Conacyt, do Paraguai), o Natural Sciences and Engineering Research Council (NSERC) e a NSF – de uma série de webinários científicos realizados em 2020, durante a pandemia de COVID-19.
“É grande a centralidade do GRC na estratégia de internacionalização da FAPESP. Celso Lafer, ex-presidente da FAPESP, com toda a sua bagagem como ministro de Relações Exteriores, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP entre 2005 e abril de 2020, deram passos importantes para hoje conseguirmos alcançar esses resultados e reconhecimento expressivos. Para a FAPESP, o GRC não é política de governo, mas de Estado”, enfatiza o diretor cientifico da FAPESP.
Fonte: Agência Fapesp