Governo desqualifica chip da Ceitec e defende atração de multinacionais
Enquanto mantém a estratégia para desmontar a única fábrica de semicondutores da América Latina, o governo brasileiro defende atrair multinacionais. Diante de críticas recebidas pelo desmonte da Ceitec, instalado no Rio Grande do Sul, a estratégia foi desqualificar a tecnologia nacional, como se viu nesta quarta, 27/4, no seminário A Cadeia Internacional de Semicondutores e o Brasil, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores.
No seminário, o ex-embaixador Rubens Barbosa, que é próximo do PSDB, destacou preocupação com o destino da estatal brasileira, Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada, especialmente diante da revisão em curso nas economias ricas sobre a política industrial dos semicondutores.
“Hoje temos ao redor de 10% da produção local. Por causa dessa dependência, dessa vulnerabilidade, muitos países estão começando a reformular a política industrial – franca china estados unidos estão adotando politicas industriais nacionais para defender o mercado interno e os consumidores. E no Brasil não podemos deixar de pensar nisso”, disse Barbosa, para completar:
“Fiquei preocupado com o que acontece com a Ceitec, que está prevista ser encerrada. É a única empresa de semicondutores no Brasil. Esse é um ponto importante para se discutir. A política industrial no Brasil em algum momento vai ter que ser focada. Temos dificuldade muito grande de atrair investimentos, pela incerteza global.”
O ministro das Comunicações, Fabio Faria, que defendeu a importância de o Brasil ter produção de chips, destacou ter feito contato com os principais fabricantes internacionais, e desqualificou a produção nacional de semicondutores.
“Precisamos formar esforços mas criar uma fabrica de semicondutores não é fácil. Não é de um dia para outro que conseguimos fazer uma planta de semicondutores de 10 nanômetros. O Brasil produz 10% dos semicondutores nacionais, mas são chips de 600 nanômetros, o chip do boi, e o mais inteligente da Ceitec, antes de encerrar, foi de 180 nanômetros, para identificação de passaporte. No 5G são chips de 10 nanômetros, 100% deles fabricados na Ásia”, reagiu Faria.
Fonte: Convergência Digital