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Satélite Brasilsat A1, o primeiro do Brasil, ia ao espaço há 40 anos - Consecti

Satélite Brasilsat A1, o primeiro do Brasil, ia ao espaço há 40 anos - Consecti

Notícias
10 fevereiro 2025

Satélite Brasilsat A1, o primeiro do Brasil, ia ao espaço há 40 anos

Há praticamente de 40 anos era lançado ao espaço o primeiro satélite brasileiro, o Brasilsat A1, da então estatal Embratel. A operação de lançamento ocorreu no dia 8 de fevereiro de 1985, representando um marco para os serviços de comunicação via satélite no País.

Construído pela canadense Spar Aerospace e pela antiga divisão de fabricação de satélites da Hughes, o dispositivo foi acoplado ao foguete Ariane 3 e lançado a partir do Centro Espacial da Guiana Francesa, em Kourou. Ele foi acompanhado do Arabsat 1A, um satélite da Arábia Saudita similar ao brasileiro.

O Brasilsat A1 tinha sete sete metros de altura e pesava cerca de 1,1 tonelada. Ele ficou posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da Terra, na órbita geoestacionária de 65º oeste. O satélite possuía 24 transponders ativos e seis de reserva na banda C, revolucionando as transmissões de TV no Brasil nos anos 80.

O momento de lançamento do satélite foi transmitido ao vivo no Jornal Nacional da TV Globo, em 8 de fevereiro de 1985. Relembre:

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Motivação popular

O Brasilsat A1 veio atender uma necessidade do Brasil de contar com um satélite exclusivo para as comunicações do País, visto que antes a Embratel alugava transmissores de satélites terceiros.

A preocupação se exacerbou com a proximidade da Copa do Mundo de futebol de 1982. “O Brasilsat A1 teve um dos maiores incentivos para sua construção e lançamento: o futebol”, reconheceu a Agência Espacial Brasileira (AEB), em texto publicado em 2021.

“Durante as disputas preliminares, dois jogos da seleção brasileira deveriam ser transmitidos à noite, em rede nacional. No entanto, não houve espaço no satélite Intelsat, usado pela estatal de telecomunicações Embratel para a transmissão. Os jogos foram retransmitidos sem as imagens, apenas com a locução. Iniciou-se, então, o debate sobre a necessidade de o Brasil dispor de um satélite exclusivo para as suas comunicações“.

“Com o Brasilsat A1, o Brasil começou a interiorização das telecomunicações em ampla escala no território nacional, diminuindo sensivelmente a dependência brasileira de aluguel de capacidade de transponders de satélites estrangeiros”, relembrou o especialista em satélites e CEO da Unisat Consultoria, Cristovam Nascimento, em um post em uma rede social.

Sistema brasileiro

Vale lembrar que o Brasilsat A1 deu início a uma família de satélites brasileiros colocados na órbita, formando o Sistema Brasileiro de Telecomunicações por Satélite (SBTS).

Em 1986, foi lançado o Brasilsat A2, idêntico ao primeiro e com condições de atender também a outros usuários da América do Sul. Em 1994 e 1995, foi a vez do Brasilsat B1 e do Brasilsat B2, maiores e mais poderosos que os satélites da geração anterior e com alguns canais disponíveis aos países do Mercosul. Estes satélites passaram a fazer parte da constelação de satélites geoestacionários da Embratel após a privatização, onde também permaneceu boa parte dos profissionais que atuaram na primeira geração do SBTS. Mas muitos profissionais que atuaram no programa satelital brasileiro acabou, posteriormente, indo atuar em grandes empresas internacionais do setor e em muitas posições de liderança, em empresas como Intelsat, SES, Sky, Telesat entre outras.

A terceira geração de artefatos veio em fevereiro de 1998, quando o Brasilsat B3 conectou cidades da Amazônia ao restante do Brasil e do mundo. O último da geração, o Brasilsat B4 foi lançado no ano 2000. A StarOne (marca adotada pela Embratel para a sua divisão de satélites após a privatização) lançou ainda as séries C e D.

Pioneiro, o Brasilsat A1 teve seu controle repassado à Panamsat em 1997. E em março de 2002 o primeiro satélite brasileiro foi aposentado, após 17 anos de operação que superaram os oito anos da vida útil originalmente projetada.