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BRICS buscam consenso sobre proliferação de satélites de órbita baixa e plataformas digitais - Consecti

BRICS buscam consenso sobre proliferação de satélites de órbita baixa e plataformas digitais - Consecti

Notícias
10 março 2025

BRICS buscam consenso sobre proliferação de satélites de órbita baixa e plataformas digitais

Nove países do BRICS participaram nesta sexta, 7/3, da primeira reunião do grupo de trabalho sobre TICs sob a presidência do Brasil. Neste primeiro encontro, online, foram alinhadas as quatro pautas prioritárias do GT TICs, em que se destacam a busca de consenso sobre a proliferação dos satélites de órbita baixa – puxada pela Starlink – e sobre qual a melhor abordagem para o ecossistema digital.

Nesse campo do digital, a meta do GT TICs é mapear o que cada país está fazendo. ‘É um esforço para entender como os países internamente estão se organizando para tratar de um tema que surgiu especializado e técnico, mas que hoje abarca todos os campos do conhecimento”, explicou o chefe da Divisão de Temas Digitais do Itamaraty, Marcelo Martínez.

Ele lembrou que o Brasil mesmo ainda se esforça para dar alguma coordenação a um assunto que ficou disperso em diferentes iniciativas. “Na Esplanada cada ministério olha para o digital desde sua própria ótica. Temos um comitê interministerial, que a Casa Civil está reativando para tratar justamente dessa coordenação, inclusive para apurar posições que vão ser levadas a fóruns internacionais”, emendou.

No tema da sustentabilidade espacial, um dos focos é a multiplicação de satélites de órbita baixa e como lidar com os impactos positivos e negativos desse movimento, puxado pela Starlink. Só no Brasil, a empresa do bilionário Elon Musk já pediu à Anatel para triplicar a frota: hoje são 4,4 mil e o pleito é para mais 7,5 mil desses satélites.

“É um dos fatores, mas na verdade trata-se de mais um capítulo na trajetória que o Brasil tem levado para a área internacional de entender como a gente deve melhor endereçar esse fenômeno de ocupação das baixas órbitas. Levamos para a Conferência da UIT em 2022, para a WRC em 2023 e consistentemente a gente vem levando para os trabalhos na UIT. Temos um desafio que é como fazer o endereçamento global e coletivo dessas baixas órbitas, como no passado fizemos sobre as altas órbitas”, diz Ronaldo Moura Filho, da assessoria internacional da Anatel.

O assunto, reforça, tem muitos lados. “Tem aspectos concorrenciais, aspectos econômicos, aspectos de interesse nacional. E também tem um lado de oportunidades, porque essas tecnologias têm um potencial muito grande de superação da lacuna digital. E aí, em termos de solução técnica e de custos, são aspectos positivos que também têm que ser apreciados. Assim, a sustentabilidade espacial olha também para esses aspectos positivos e para outros menos evidentes, que também são ambientais, como lançamentos e reentradas na atmosfera dos artefatos, o que também tem algum tipo de impacto ambiental. É um cenário complexo e a gente tem que olhar as diferentes perspectivas.”

Além de uma análise sobre como cada membro do BRICS trata o ecossistema digital e de um documento de consenso sobre a sustentabilidade espacial, a pauta do GT TICs inclui um mapeamento de como está a conectividade significativa entre os países membros e um seminário, previsto para 2 de abril, sobre como as tecnologias de informação e comunicações estão envolvidas na sustentabilidade ambiental, uma ação que conversa diretamente com os preparativos da COP 2025, que também será sediada no Brasil, em Belém-PA, em novembro.

A reunião contou com 9 dos 11 países do BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito,Etiópia, Indonésia, Irã. Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos não participaram deste primeiro encontro do GT TICs.